da redação

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) foi recebido por agentes da Polícia Federal nesta segunda-feira (4), logo ao desembarcar em Brasília, após retornar de uma viagem aos Estados Unidos feita sem autorização judicial. Por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o parlamentar teve que se dirigir imediatamente ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, onde passou a utilizar uma tornozeleira eletrônica.

A medida foi determinada após o senador desobedecer uma decisão anterior do STF que havia determinado a retenção de seu passaporte. Apesar da restrição, ele utilizou seu passaporte diplomático — que seguia em sua posse — para deixar o país no dia 23 de julho, rumo a Miami. Segundo a defesa, o pedido de autorização havia sido protocolado previamente, mas a negativa da Corte só foi comunicada um dia após sua partida.

Marcos do Val está sendo investigado por ataques feitos nas redes sociais contra policiais federais envolvidos nas investigações sobre tentativa de golpe de Estado em 2022. Como parte do processo, ele já havia sido alvo de medidas cautelares, incluindo o bloqueio de perfis em redes sociais e apreensão de documentos. Ainda assim, documentos revelam que o senador viajou com estadia e ingressos comprados para os parques da Universal, na Flórida.

Além da tornozeleira, o ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio de contas bancárias e cartões de crédito tanto do senador quanto de sua filha. A defesa argumenta que o processo tramita sob sigilo e que os advogados só foram oficialmente notificados da proibição quando o senador já estava no exterior.

Em nota oficial, Marcos do Val negou ter descumprido ordens judiciais deliberadamente e afirmou que seu passaporte diplomático continua válido até 2027. Também destacou que seu visto oficial para entrada nos EUA tem validade até 2035.

Durante uma live transmitida ainda dos Estados Unidos, ele alegou que estava em período de férias parlamentares e aproveitou a folga com a família. “Não fugi. Minha filha está de férias, eu comuniquei a PF, o Senado e o STF sobre a viagem”, afirmou o senador, que tem uma filha nascida em solo norte-americano.