SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um estudo do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) aponta que 19,5% das exportações brasileiras para os Estados Unidos estão sujeitas a tarifas específicas, e portanto fora da sobretaxa de 50% a produtos do Brasil.

Esses produtos estão sujeitos à legislação Seção 232, que permite impor tarifas por razões de segurança nacional. Sobre esses produtos, não se aplica a sobretaxa anunciada nesta quarta-feira (30).

De acordo com os dados, a Seção 232 contempla principalmente segmentos de ferro e aço, com US$ 3,9 bilhões das exportações em 2024, e madeira e carvão vegetal e obras de madeira, com US$ 1,5 bilhão.

No caso da madeira, o setor ainda está sob investigação, mas até o resultado sair, o produto estará sujeito à alíquota anterior, como aponta a Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina).

“Os produtos de madeira e derivados, como móveis, que lideram as exportações catarinenses para os EUA, estão sob investigação pela seção 232. Até o fim da investigação, essas mercadorias seguem sendo tarifadas com alíquotas anteriores ao anúncio do tarifaço”,

Outros exemplos de produtos incluídos na Seção 232 são reatores nucleares e caldeiras (US$ 776,9 milhões em exportações em 2024), veículos automotores (US$ 320,1 milhões) e borracha (US$ 290,3 milhões).

O levantamento mostrou ainda que 44,6% das exportações brasileiras para os EUA, o equivalente a US$ 18 bilhões vendidos ao país presidido por Donald Trump em 2024, serão excluídas da sobretaxa.

O estudo lembra que os produtos em trânsito não serão afetados pelas tarifas adicionais. “A decisão de 30/7 exclui da majoração tarifária mercadorias que tenham sido embarcadas, no Brasil, até 7 dias após a data da ordem executiva, observadas as condições previstas.”