PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – A China anunciou neste sábado (2) ter aprovado a habilitação de 183 novas empresas brasileiras de café para exportação ao mercado chinês, em decisão da Administração Aduaneira Geral.

Segundo publicação em mídia social da Embaixada da China no Brasil, compartilhada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a medida entrou em vigor na última quarta-feira (30), com validade de cinco anos.

Também na quarta, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva determinando uma tarifa de 50% sobre o café importado do Brasil –que responde por um terço das 25 milhões de sacas de café consumidas por ano nos EUA.

O Brasil enviou apenas 538 mil sacas para a China nos primeiros seis meses deste ano, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). Mas acordos feitos com a rede de lojas de café Luckin apontam crescimento.

Em junho do ano passado, em Pequim, a rede fechou com a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Atração de Investimentos) que compraria 120 mil toneladas de café do país até 2029. Em novembro, em Brasília, as duas partes ampliaram o acordo para 240 mil toneladas.

O crescimento de redes como a Luckin, que ultrapassou a americana Starbucks na China, tem sido acompanhado pelo aumento do consumo per capita de café no país, saindo de 16,7 xícaras por ano em 2023 para 22,22 em 2024. A expectativa para este ano é fechar em cerca de 30. A média mundial é de aproximadamente 150 xícaras ao ano, o que indica o espaço para crescimento.

Além do café, a Administração Aduaneira Geral habilitou 30 empresas brasileiras para exportação de gergelim e 46 para exportação de farinhas de aves e suínos, também com validade desde quarta (30).

Na segunda, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, respondendo sobre as ameaças tarifárias dos EUA ao Brasil, havia afirmado que “a China está disposta a trabalhar com o Brasil, outros países da América Latina e do Brics para defender o sistema multilateral de comércio centrado na OMC [Organização Mundial do Comércio] e salvaguardar a justiça internacional”.