da redação
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, figura central na política do país nas últimas décadas, foi condenado nesta sexta-feira (1º/8) a 12 anos de prisão por envolvimento em um esquema de suborno e fraude processual. A sentença também determina que ele fique inelegível por mais de oito anos e cumpra prisão domiciliar de forma imediata, embora ainda caiba recurso à decisão.
O caso, que envolve tentativas de manipular testemunhas para ocultar possíveis vínculos com grupos paramilitares, marca um momento histórico e controverso na Colômbia — sendo a primeira vez que um ex-chefe de Estado do país é condenado por crimes dessa natureza.
A reação entre aliados foi imediata. O ex-presidente Iván Duque se manifestou nas redes sociais, afirmando que a decisão não se sustenta em provas concretas. Ele também sugeriu uma observação internacional sobre o julgamento, denunciando supostos abusos no processo judicial.
Do lado do governo atual, o presidente Gustavo Petro adotou uma postura de defesa institucional. Após declarações do senador americano Marco Rubio — que disse que “o único crime de Uribe foi defender seu país” —, Petro reagiu afirmando que a Colômbia não aceitará interferências externas em seus assuntos judiciais. Ainda nesta semana, ele se encontrou com o encarregado de negócios da embaixada dos EUA em Bogotá, John McNamara, numa reunião que classificou como “longa e agradável”.
A condenação de Uribe promete aumentar a tensão política interna, aprofundar divisões entre seus apoiadores e críticos, e reacender o debate sobre os limites entre justiça e política na América Latina.