RECIFE, PE (FOLHAPRESS) – A Ucrânia divulgou, neste sábado (2), que atacou instalações petrolíferas dentro da Rússia, incluindo uma refinaria, um campo militar de drones e uma fábrica de eletrônicos.

Segundo a agência de notícias AFP, três pessoas morreram e duas ficaram feridas no oeste russo durante os ataques.

Em um comunicado no Telegram, as Forças de Sistemas Não Tripulados da Ucrânia afirmaram ter atingido a refinaria de petróleo em Ryazan, cerca de 180 km a sudeste de Moscou, causando um incêndio em suas instalações.

Também foi atingida, segundo a Ucrânia, a instalação de armazenamento de petróleo Annanefteprodukt na região de Voronezh, que faz fronteira com o nordeste da Ucrânia.

Uma mulher faleceu e duas pessoas sofreram ferimentos leves em um bombardeio contra uma empresa na região russa de Penza, segundo mensagem divulgada no Telegram pelo governador Oleg Melnichenko.

Um homem idoso também morreu dentro de uma casa que pegou fogo devido à queda de destroços de um drone em Samara, conforme divulgou o governador da região, Viacheslav Fedorishche.

Além disso, na região de Rostov, um guarda de uma instalação industrial faleceu após um ataque com drones e um incêndio em um dos edifícios do recinto, conforme divulgou o governador interino Yuri Sliusar.

Três pessoas ficaram feridas após os ataques noturnos com drones russos na região de Dnipropetrovsk, no centro-leste da Ucrânia, segundo a AFP.

O comunicado não especificou como as instalações foram atingidas, mas as USF se especializam em guerra com drones, incluindo ataques de longo alcance.

Por sua vez, a agência de inteligência SBU da Ucrânia disse que seus drones atingiram o campo militar de Primorsko-Akhtarsk da Rússia, que tem sido usado para lançar ondas de drones de longo alcance contra alvos na Ucrânia.

O SBU disse que também atingiu uma fábrica em Penza que, segundo eles, fornece eletrônicos para o complexo militar-industrial da Rússia.

No início da guerra pela Rússia em 2022, a Ucrânia não tinha resposta para a vasta capacidade de ataque de longo alcance de Moscou, mas desde então construiu uma frota de drones kamikaze de longo alcance capazes de transportar ogivas explosivas por muitas centenas de quilômetros.

A Rússia não fez comentários sobre os ataques relatados em seus locais de infraestrutura, segundo a agência de notícias Reuters.

O ministério da defesa da Rússia disse em seu relatório diário que suas unidades de defesa abateram um total de 338 drones ucranianos durante a noite. A instituição, porém, não informou quantos drones ucranianos foram lançados no período.

A força aérea da Ucrânia anunciou que abateu 45 dos 53 drones russos lançados em direção ao seu território durante a noite.

Na frente de batalha oriental da Ucrânia, o ministério da defesa da Rússia disse que as forças russas capturaram a vila de Oleksandro-Kalynove na região de Donetsk no sábado.

As forças russas agora controlam quase 20% da Ucrânia no leste e sul após três anos e meio de guerra.

O presidente russo, Vladimir Putin, rejeitou os apelos por um cessar-fogo no conflito e frustrou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Putin afirmou na sexta-feira que deseja a paz, mas que suas exigências para pôr fim à ofensiva militar “não mudaram”.

Na sexta-feira (1º), Trump afirmou estar surpreso com os ataques da Rússia contra a Ucrânia, mesmo depois de ter tido uma “ótima conversa” com Putin. Em entrevista à emissora trumpista Newsmax, o republicano reiterou que, de todo modo, o líder russo continua “um osso duro de roer”.

“Ele é obviamente um osso duro de roer, então, não mudou nesse sentido. Mas estou surpreso. Tivemos várias conversas boas em que poderíamos ter encerrado isso e, de repente, bombas começaram a voar”, disse Trump.

A fala ocorreu pouco depois do presidente dos EUA ordenar o envio de dois submarinos nucleares para posições próximas da Rússia, numa inesperada escalada de sua disputa verbal com o ex-mandatário russo Dmitri Medvedev.

Na entrevista ao canal americano, Trump comentou a evolução da guerra. “Bem, um ex-presidente da Rússia que agora está no comando de um dos conselhos mais importantes, Medvedev, disse algumas coisas muito ruins, falando sobre energia nuclear. E quando você menciona a palavra ‘nuclear’, sabe, meus olhos brilham e eu digo: ‘É melhor tomarmos cuidado’, porque é a ameaça máxima”, afirmou.

Expoente da linha-dura do governo Vladimir Putin, mas sem poder decisório algum em sua cadeira de número 2 do Conselho de Segurança da Rússia, Medvedev vinha criticando abertamente Trump pelo ultimato dado para o presidente russo aceitar uma trégua na Guerra da Ucrânia.