SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cidade de São Paulo viu crescer de forma significativa o número de homicídios no 1° semestre deste ano no comparativo com o mesmo período do ano passado.

Em seis meses foram 268 assassinatos ante 232 registros de janeiro a junho de 2023, alta de 15%. Foi a maior notificação de mortes com intenção desde 2021, quando houve 318 vítimas.

Na comparação mês a mês foram 56 assassinatos em junho, o maior número desde 2016, com 64 homicídios.

O estado seguiu panorama semelhante, mas de forma mais comedida, com 11 casos a mais no semestre. No geral foram 1.296 assassinatos.

Os números com base nas queixas à Polícia Civil foram divulgados nesta quinta-feira (31) no site da Secretaria da Segurança Pública, na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) chefiada pelo secretário Guilherme Derrite.

Em nota, a pasta da segurança disse ser prioridade o combate aos crimes contra a vida, no que mantém o programa SP Vida para monitorar ocorrências e desenvolver estratégias de enfrentamento, incluindo o reforço do policiamento em áreas com maior incidência criminal.

“Aliadas a esse monitoramento, as forças de segurança atuam de forma integrada, com ações preventivas, ostensivas e de inteligência, para ampliar a segurança em todo o território paulista. Esse trabalho abrange também o combate aos crimes patrimoniais com potencial letal, como os roubos, por meio de investigações minuciosas para identificar e prender os receptadores, que financiam essas práticas criminosas”.

Os índices também indicaram que furtos e estupros foram outros dois tipos de crimes que tiveram alta no semestre na cidade de São Paulo e no estado.

Em relação aos crimes cometidos sem violência, por exemplo, celulares tomados sem que a pessoa perceba ou tenha sido agredida, foram notificadas 123.734 ocorrências, alta de 4%. No estado o crescimento foi de 1%, com ambos os semestres passando da casa de 270 mil queixas.

Os registros da polícia indicaram 1.487 notificações de estupro na capital nos primeiros seis meses do ano, alta de 3% no comparativo com o ano passado. No estado o crescimento nas notificações foi de 1%.

ROUBOS E LATROCÍNIOS

Crime que reflete diretamente na sensação de segurança da população, segundo especialistas, o latrocínio (roubo seguido de morte) teve uma ligeira queda em São Paulo, com seis vítimas a menos no semestre, que anotou 21 ocorrências. No estado como um todo foram 70 mortes ocorridas em assaltos, redução de 24%.

O roubo, ação com violência ou grave ameaça, foi outro tipo criminal que São Paulo reduziu no semestre nas duas frentes, capital e estado.

Na cidade e no estado a queda foi semelhante. Na capital de 14% no que passou de 59 mil ocorrências para 51 mil. No estado houve recuo de 15% (passando de 100 mil queixas para 85 mil notificações).

De acordo com a gestão Tarcísio, a queda no geral fez com que o estado atingisse o menor patamar de roubos para o período desde o início da série histórica, em 2001.

“Como resultado desse esforço, no primeiro semestre, o Estado e a Capital apresentaram os menores índices de roubos em geral e latrocínios dos últimos 25 anos. O índice de homicídios foi o segundo menor da série histórica”.

A SSP afirmou que a produtividade policial também aumentou, com destaque para 110 mil prisões realizadas em todo o estado -o maior número desde 2019; apreensão de 340 fuzis desde 2023, representando um crescimento de 112% em relação à gestão anterior; e 1.814 armas de fogo retiradas de circulação na capital, o maior número desde 2018.

Em relação as denúncias de estupro, de acordo com o órgão, houve queda de 19% nos registros nas delegacias em junho. Foram 194 boletins de ocorrência a menos.

“Para enfrentar esse tipo de crime, a SSP atua tanto na investigação e prisão dos autores, quanto no estímulo à denúncia e combate à subnotificação, por meio da ampliação do atendimento especializado. O Estado conta com uma estrutura para denúncias 24h por dia, com 142 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) e 162 Salas DDMs em plantões policiais”.