SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público de São Paulo iniciou procedimento nesta quinta-feira (31) para investigar as gestões do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobre a segurança viária na capital paulista após aumento das mortes de motociclistas.
Segundo a Promotoria, foram requisitadas informações sobre ações de educação no trânsito, sinalização, fiscalização e estatísticas de acidentes com motociclistas nos últimos dois anos.
Em nota, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), ligado à gestão Tarcísio, informou que atua para aumentar a segurança viária com ações de conscientização, fiscalização e políticas públicas. A pasta também ressaltou o programa “Visão Zero”, que considera inaceitável qualquer morte no trânsito.
Também procurada, a Prefeitura de São Paulo não respondeu até a publicação.
No ano passado, as ocorrências de trânsito com mortes na capital paulista envolvendo motos cresceram 20,6% em comparação com 2023. No mesmo período, as mortes de trânsito em geral tiveram alta de 11,3%.
Houve 1.033 acidentes fatais de trânsito no ano passado, o maior número desde 2015, quando foram registrados 1.101 óbitos. Em relação aos motociclistas, foram 485 mortes em 2024 e 354 em 2015. Nesse período de dez anos, só o número de mortos em motos subiu de maneira relevante -o resto caiu ou ficou no mesmo patamar.
Em 2024, foi atingido também o maior índice de probabilidade de um acidente fatal em relação à quantidade de motos em circulação: 8,4 mortes para cada 100 mil motos. Em 2016, o índice foi de 6,8.
Pilotar sobre suas rodas se consolidou como a forma mais letal de se locomover desde 2018, quando ultrapassou as mortes de pedestres, até então, mais recorrente nas ocorrências fatais.
A partir desse período, as principais vítimas do trânsito deixaram de ser pedestres entre 50 e 60 anos para se tornarem motociclistas com até 30 anos em colisões com outros veículos.