SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dos suspeitos no caso do desaparecimento de Carmen de Oliveira Alves, 25, aluna da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Ilha Solteira (SP), confirmou, segundo a polícia, o homicídio da estudante.
A informação foi dada pelo delegado responsável, Miguel Rocha. Ele disse não poder especificar qual investigado teria confessado o crime: Yuri Amorim da Silva namorado da estudante ou Roberto Carlos de Oliveira, policial militar aposentado que, segundo a apuração, teria um relacionamento com Yuri.
“Por enquanto não posso dar detalhes sobre esse assunto. As investigações prosseguem, um deles admitiu que ocorreu o homicídio da vítima, e que ela foi morta, e indicou o local onde o celular [da vítima] foi destruído e jogado fora”, disse Rocha à Folha.
Os dois suspeitos eram defendidos pelo advogado Miguel Ângelo Micas até o dia 11 de junho, quando o profissional deixou de representar Yuri e passou a trabalhar apenas para Roberto.
A reportagem tenta contato com Micas por telefone desde o início das investigações, mas não foi atendida. Também deixou mensagens por WhatsApp, ainda não respondidas.
Nesta quinta-feira (31), a polícia encontrou partes do aparelho às margens de uma rodovia que corta cidade e encaminhou o material à perícia.
O delegado deve solicitar a prorrogação da prisão temporária dos suspeitos, e os trabalhos seguem em busca do corpo da jovem.
O QUE SE SABE SOBRE O CASO
Segundo a linha de investigação seguida pela polícia, Carmen de Oliveira Alves, desaparecida em 12 de junho, Dia dos Namorados, pode ter sido morta por ter feito um dossiê contra o namorado para tentar forçá-lo a assumir o relacionamento com ela.
Carmen foi vista pela última vez a caminho da casa do suspeito.
Segundo o delegado Miguel Rocha, a estudante tinha em seu notebook um documento com uma lista de supostos crimes cometidos por Yuri naquela cidade. Entre os delitos, estariam roubos e furtos a uma usina.
“Acredito que ela estaria usando isso para forçar o Yuri a assumir o relacionamento”, diz Rocha. “Segundo análise das testemunhas, sabemos que havia uma recusa dele em assumir. Isso motivou o crime.”
Pessoas próximas a Carmen afirmam que o namorado teria vergonha de expor o relacionamento com a mulher por ela ser trans e sempre exigiu que o romance fosse mantido em segredo.
Na última semana, Yuri foi preso com Roberto Carlos de Oliveira, policial militar aposentado que seria amante do homem. Em depoimento inicial à polícia, ambos negaram participação no crime.