SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O site 12ft.io, conhecido por garantir acesso a portais jornalísticos restritos para assinantes, foi derrubado no último dia 14, após esforços da associação internacional de veículos de imprensa News Media Alliance, segundo comunicado da entidade divulgado no dia 17.
A News Media Alliance, que representa 2.200 empresas de comunicação dos EUA e do Canadá, não detalhou quais foram os recursos para remover o site da internet, apenas afirmou que o provedor do 12ft.io foi o responsável pelo bloqueio.
“Veículos de comunicação dedicam recursos relevantes para criar conteúdo melhor e mais informativo para a sua audiência, e ferramentas ilegais como o 12ft.io prejudicam os meios das empresas do setor financiarem esse trabalho por meio de assinaturas e receitas de anúncios”, disse Danielle Coffey, a presidente da News Media Alliance.
O 12ft.io, também conhecido como “12 Foot Ladder”, foi lançado em janeiro de 2021 pelo engenheiro de software Thomas Millar. O nome faz referência ao ditado “mostre-me um muro de dez pés [unidade de medida americana que corresponde a cerca de 30 cm] e eu mostrarei uma escada de doze pés”, sugerindo uma solução para contornar obstáculos.
Millar afirmou que criou a ferramenta depois de perceber que oito a cada dez links no topo da lista do Google poderiam ser acessados apenas por assinantes do portal, devido ao sistema chamado de paywalls. Em 2022, ele passou a cobrar assinaturas para oferecer funcionalidades adicionais, como a remoção de anúncios, e afirmou que sua missão era “limpar a web”.
Em outubro de 2023, o provedor Vercel, que hospedava o 12ft.io, removeu o sistema que burlava paywalls, após receber reclamações dos portais impactados. “O site derrubado desrespeitou nossos termos de uso e gastou centenas de horas de atendimento do nosso serviço”, afirmou o CEO da Vercel, Guillermo Rauch, na ocasião.
No X (ex-Twitter), Millar disse que migrou seu site, que recebia acesso de mais de um milhão de usuários todos os meses, para um servidor virtual privado, que agora retirou a plataforma do ar.
“Essa derrubada é uma vitória para os veículos de comunicação e para qualquer um que se importe com conteúdo de qualidade”, Coffey, da News Media Alliance.
A entidade, que reúne grandes empresas como Guardian, The Atlantic, LA Times e Vox Media, também move ações na Justiça americana para que o uso de conteúdo jornalístico sem licenciamento para desenvolver modelos de inteligência artificial seja considerado pirataria.
Em outro pronunciamento em 21 de maio, a presidente da News Media Alliance disse que a busca com inteligência artificial do Google também arrisca a sustentabilidade da imprensa da América do Norte. “Agora o Google pega conteúdo sem autorização e sem garantia de retorno essa é a definição de roubo”, disse Coffey.