da redação

Com dados positivos e tom provocador, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) apresentou, nesta quarta-feira (30), o balanço da segurança pública de Goiás no primeiro semestre de 2025. Ao lado de comandantes das forças de segurança, Caiado não economizou nas comparações com o cenário nacional e afirmou que o estado serve de modelo: “Vamos manter esse padrão para mostrar ao Brasil como se faz segurança pública com respeito à Constituição e ao direito de ir e vir”.

Durante o evento, Caiado fez um paralelo entre os números de 2018, quando assumiu o governo, e os atuais. Segundo ele, a diferença comprova o êxito de uma política contínua, baseada em comando, inteligência e investimento. “Não temos facções dominando nosso território, não temos novo cangaço, não temos ataques a bancos. Isso é resultado de uma segurança eficiente, que também transforma a juventude”, disse o governador.

Juventude fora do crime

Caiado destacou que, em 2018, o sistema socioeducativo tinha 1.073 jovens internados e outros 450 aguardando vaga. Hoje, após seis anos e meio de gestão, houve redução de 83% nesse número. “Em vez de jovens cooptados por facções ou influenciados por referências de apologia ao crime, temos uma geração com novas oportunidades”, afirmou.

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) complementou ressaltando o aumento expressivo de presos inscritos no Enem: de pouco mais de 200 para cerca de 3 mil neste ano. “Isso mostra que até quem está cumprindo pena percebe que em Goiás é preciso mudar de vida para ter chance de recomeçar”, comentou.

Queda histórica nos homicídios

De acordo com o balanço apresentado, mais de 60% dos municípios goianos (145 ao todo) não registraram nenhum homicídio entre janeiro e junho. Em junho, foram 54 assassinatos em todo o estado, o menor número desde o início da série histórica. Em comparação com outubro de 2016, quando foram registrados 256 homicídios em apenas um mês, a redução chega a quase 80%.

O secretário de Segurança Pública, coronel Renato Brum, destacou também a queda nos crimes patrimoniais. Roubo de veículos, a transeuntes e a comércios caiu mais de 90% em relação a 2018. Em propriedades rurais, a redução foi de 20% só neste semestre.

Ele também chamou atenção para os resultados nos casos de feminicídio: houve estabilização e uma queda de 23% nos assassinatos de mulheres desde 2018. “Estamos falando de planejamento, integração e inteligência. Isso não acontece por acaso”, afirmou Brum.

Polícia eficiente e com presença ativa

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcelo Granja, ressaltou o número de foragidos recapturados: mais de 3,9 mil no semestre. Segundo ele, são cerca de 22 presos por dia graças a abordagens preventivas. A PM também desarticulou 39 organizações criminosas e apreendeu 12,5 toneladas de drogas — 27% a mais do que no mesmo período de 2024.

As apreensões de armas também se mantêm em alta, com cerca de 10 por dia. “Temos uma atuação firme e presente. A segurança pública em Goiás está apenas meio ponto percentual atrás dos índices europeus de resolução de homicídios”, disse Granja.

Outro ponto destacado foi o monitoramento de mulheres sob medida protetiva. Atualmente, 23 mil estão sob acompanhamento direto do Estado. “A taxa de feminicídio entre elas é praticamente zero”, completou.

Polícia Civil: 91,5% dos crimes esclarecidos

O delegado-geral da Polícia Civil, André Gustavo Ganga, apresentou um número que chamou atenção: 91,5% de elucidação de crimes em Goiás, contra média nacional de apenas 39%. Ele também citou as 132 operações interestaduais realizadas em 2025 — quase o mesmo total do ano inteiro de 2024 — como forma de combater o “efeito migração” de criminosos para outros estados.

“Instauramos 33,1 mil inquéritos neste semestre. É produtividade elevada, reflexo da integração e do investimento em tecnologia e qualificação”, afirmou Ganga.

Sistema prisional sem motins e com controle

O diretor-geral da Polícia Penal, Josimar Ribeiro, disse que Goiás conseguiu transformar um dos setores mais críticos da segurança. Em 2018, foram registrados 350 motins em unidades prisionais. Neste ano, apenas um. “É um resultado diretamente ligado à criação da Polícia Penal, à profissionalização do sistema e ao controle efetivo nas unidades”, explicou.

Segundo ele, atualmente há cerca de 17 mil presos no estado, além de 10 mil monitorados por tornozeleiras eletrônicas. A maior penitenciária do estado, a Odenir Guimarães, não registrou nenhuma apreensão de arma de fogo nos últimos três anos — um contraste com o passado, quando mais de 30 armas circulavam mensalmente dentro da unidade.

Bombeiros reforçam combate aos incêndios e ampliam presença

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Washington Luiz Vaz Júnior, apresentou os esforços do estado para combater os incêndios florestais na temporada de seca. Ele citou a parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e a ampliação das bases operacionais em cidades estratégicas como Luziânia, Bom Jesus, Novo Gama e Caiapônia.

Além disso, destacou a atuação do serviço aeromédico no transporte de pacientes e no apoio à doação de órgãos. “Mostramos que segurança pública também passa pela preservação ambiental e pela proteção da vida”, afirmou.

Goiás como referência nacional

Encerrando a apresentação, Caiado voltou a criticar a falta de coordenação nacional e reiterou que Goiás pode, sim, ser exemplo. “Mesmo com um Código Penal ultrapassado, estamos mudando a realidade. Aqui tem comando, tem ordem e tem resultados. É isso que o Brasil precisa aprender”, concluiu.