SANTOS, SP E RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – O canal do Porto de Santos, na Baixada Santista, teve suas atividades suspensas por 29 horas entre terça-feira (29) e quarta (30) por conta da forte ressaca, com ondas de até 3,5 metros e vento de 81 km/h, que atinge a região desde segunda (28), segundo dados da Defesa Civil.

O fenômeno, que pode continuar até esta quinta-feira (31), foi provocado pela passagem de um ciclone extratropical. De acordo com a APS (Autoridade Portuária de Santos), a primeira interrupção de manobras de navios no porto ocorreu às 2h de terça em função da maré elevada e rajadas de vento -e só foi retomada no fim da manhã.

A ressaca também gerou um alerta no Rio de Janeiro até as 21h desta quinta-feira (31), segundo a Marinha. A previsão é do registro de ondas de 2,5 metros a 4 metros de altura, com o pico de maré alta registrado na madrugada desta quarta (30), por volta das 4h30. A força do mar provocou impactos na orla da cidade, especialmente na zona sul. Não há relatos de feridos.

O Porto de Santos definiu a situação como “condição de impraticabilidade”, que se repetiu a partir da tarde com a segunda paralisação de entrada e saída de embarcações até a manhã desta quarta. Ao menos dez navios permaneceram parados no período.

Na manhã desta quarta, a navegação no porto voltou a ser permitida, segundo a APS. Foi a segunda maior paralisação do porto por condições climáticas desde setembro do ano passado, quando as atividades pararam por 33 horas, somando dias alternados, por conta de forte neblina.

O mau tempo das últimas horas também causou alagamentos na orla santista e queda de árvores em municípios da região. Não houve registro de feridos.

A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo registrou paralisação parcial da travessia de balsas entre Guarujá e Bertioga, mas a operação já foi retomada. Nesta quarta, todas as oito travessias litorâneas do estado estão em operação, segundo a pasta.

No litoral sul de São Paulo, a avenida Beira Mar, em Ilha Comprida, ficou destruída com a ressaca do mar. Ela está, segundo a Defesa Civil de São Paulo, interditada num trecho de cerca de um quilômetro, com o trânsito sendo desviado para uma rota alternativa.

A Defesa Civil municipal está em campo prestando apoio aos moradores e, em conjunto com a prefeitura, fazendo o corte de árvores comprometidas. Até o momento, não há registro de feridos, desabrigados ou desalojados, conforme o órgão estadual.

No Rio, os efeitos da ressaca eram visíveis no Leblon, e a avenida Delfim Moreira precisou ser interditada. As ondas cruzaram as pistas, invadiram calçadas e danificaram o portão de um edifício. Um carro estacionado no canteiro central foi deslocado. Em Copacabana, os quiosques foram atingidos.

Em Niterói, na praia de Itacoatiara, um grupo que praticava canoa havaiana foi arrastado mar adentro. Doze pessoas precisaram ser resgatadas por equipes do Corpo de Bombeiros com o apoio de surfistas.

A prefeitura orienta que a população evite atividades no mar, como o banho e esportes aquáticos e também recomenda que se evite circular por áreas próximas à orla, como mirantes e ciclovias afetadas pelas ondas.