SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma passageira morreu atropelada na manhã de terça-feira (29) durante uma corrida em aplicativo de moto, em Carapicuíba (Grande São Paulo). O piloto, além de não ter CNH (Carteira Nacional de Habilitação), usava um perfil falso na plataforma 99 Moto.

A 99 lamentou o acidente e afirmou que acompanha o caso e busca contato com os familiares da vítima para oferecer suporte integral.

O caso ocorreu por volta das 8h30, na avenida Vitório Fornazaro, na Vila Lourdes.

Maria Cícera dos Santos, 43, estava na garupa da moto conduzida por Gabriel Tozzi, 27. Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), ele teria perdido o controle da moto após uma colisão traseira. Maria Cícera caiu da moto direto nas rodas de um caminhão. Ela foi atropelada e morreu no local.

Segundo o boletim de ocorrência, Tozzi afirmou que como não tem CNH, comprou um conta falsa no aplicativo 99 Moto, em rede social, por R$ 250. Ele contou, ainda, que usa a moto da mãe para prestar o serviço, sem o conhecimento dela.

Ele admitiu que pediu a um conhecido que fosse ao local do acidente e removesse a moto de lá para que não fosse apreendida. O veículo foi encontrado na casa dele e foi recolhida.

O caso foi registrado como colisão, homicídio doloso, falsidade ideológica, condução sem habilitação, alteração artificial do local do acidente e localização/apreensão de veículo no 1º Distrito Policial de Carapicuíba.

A 99 afirmou que bloqueou definitivamente o perfil do motociclista responsável pela conta que foi usada de maneira fraudulenta durante a corrida e está à disposição das autoridades para colaborar com a investigação. “A 99 ressalta, ainda, que o perfil dos motoristas parceiros é exclusivo e intransferível, e que possui tolerância zero para fraudes de qualquer natureza”, destacou.

R$ 200 POR UM PERFIL FALSO

Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que motoristas estão adquirindo contas falsas para prestar serviço por meio de aplicativos de transporte em São Paulo. A prática envolve tanto pessoas que querem trabalhar quanto criminosos com o objetivo de roubar passageiros. Ao menos duas pessoas foram atacadas em setembro e outubro por um mesmo homem, que utilizou duas contas falsas para aceitar as corridas.

Anúncio em um grupo de WhatsApp oferecia conta falsa para atuar em um aplicativo de transporte por R$ 200, com garantia de 30 dias. Outra opção era uma conta só com um primeiro nome, por R$ 250. O mesmo intermediário prometia um cadastro com preços mais baratos: R$ 150 com um nome aleatório e R$ 200 com nome completo. Ambos com garantia de seis meses.

Há anúncios também que oferecem perfil mesmo para pessoas “sem CNH” e com “antecedentes criminais”.

Na ocasião, a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia) disse que as plataformas têm a segurança de motoristas parceiros e usuários como prioridade. Segundo a entidade, os motoristas precisam ser cadastrados nas plataformas com seus dados e estar com a documentação do veículo em dia.