SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um forte terremoto de magnitude 8,8 na península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, provocou ondas de tsunami de até cinco metros na região. O tremor desencadeou alertas desde a Califórnia e Havaí, nos EUA, até o Japão, Indonésia, Nova Zelândia, Chile e México. Veja o desenrolar dos acontecimentos desde a madrugada.
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TREMOR COMEÇOU NA RÚSSIA
O fenômeno começou por volta das 11h do horário local (00h no horário de Brasília). O epicentro do terremoto estava no oceano Pacífico, a uma profundidade de 17 quilômetros e 160 quilômetros ao sul da península de Kamchatka.
O epicentro ocorreu na região conhecida como ”Círculo de Fogo”, onde aconteceram 90% dos terremotos registrados em todo o mundo. Esta região foi batizada assim porque, no fundo do oceano, há uma grande série de arcos vulcânicos e fossas oceânicas que coincidem com as extremidades de uma das maiores placas tectônicas do planeta, causando tremores.
Uma onda de tsunami de cerca de três metros foi registrada na região. Uma série de tremores secundários também foram desencadeados, deixando a cidade de Severo-Kurilsk inundada e edifícios destruídos.
Terremoto não deixou mortos na Rússia, diz Kremlin. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, atribuiu o feito às “construções sólidas” e ao “sistema de alertas” do país. Imprensa russa disse que algumas pessoas ficaram feridas, mas não informou o número.
O vulcão Klyuchevskoy, no território de Kamchatka, entrou em erupção após o terremoto. Informação é da agência russa de notícias, RIA, com base em relatório da filial de Kamchatka do Serviço Geofísico Unificado da Academia Russa de Ciências.
Essa magnitude é a mais alta registrada em Kamchatka desde 5 de novembro de 1952. Naquela ocasião, um terremoto de intensidade 9, praticamente no mesmo local, desencadeou tsunamis devastadores em todo o oceano Pacífico.
EFEITOS CHEGARAM AO JAPÃO
No Japão, quase dois milhões de pessoas foram orientadas a deixar áreas costeiras, especialmente na região norte. Os alertas continuam em vigor e a agência de Metereologia do país pede às pessoas que estão em áreas próximas ao mar e rios que se desloquem para lugares elevados. Não há registro de mortos.
Ondas altas foram observadas em partes do Japão, próximas ao oceano Pacífico, por volta das 14h do horário local. O tamanho variou de 80 centímetros 1,30 metro em províncias como Iwate, Miyagu e Hokkaido, segundo informações do jornal NHK.
O alerta também forçou que a usina nuclear de Fukushima fosse evacuada. “Evacuamos todos os trabalhadores e funcionários” na usina de Fukushima, que foi desativada após ser atingida por um tsunami em 2011, disse à AFP uma porta-voz da TEPCO, a empresa que opera a planta. A fonte acrescentou que não foram observadas “anomalias” no estabelecimento. Alguns serviços no Japão foram interrompidos. Até o momento, 56 voos, 63 linhas de trem e 52 rotas de balsa já haviam sido suspensos, de acordo com uma contagem do Ministério dos Transportes.
EUA TAMBÉM FORAM IMPACTADOS NA SEQUÊNCIA
Ondas de até 1,7 metros atingiram o Havaí, mas sem grandes impactos. Às 5h50 (no horário de Brasília), no entanto, o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico reduziu o nível de alerta para as ilhas, dizendo que nenhum grande tsunami era esperado.
Ondas modestas também chegaram à Califórnia e não há relatos iniciais de danos. Os moradores dos condados de Humboldt e Del Norte receberam os alertas mais severos do estado, com a recomendação para que ficassem longe das praias por enquanto.
ALERTAS SE ESTENDERAM POR OUTROS PAÍSES DO PACÍFICO
México, Equador, Chile, Colômbia, Polinésia Francesa, Taiwan, Nova Zelândia e Tonga foram alguns dos que ficaram sob alerta. O Centro de Alerta informou que ondas de até três metros acima do nível do mar eram possíveis em várias dessas regiões, enquanto áreas mais distantes poderiam registrar elevações de até um metro.
Em Taiwan, hotéis e resorts nas áreas costeiras instruíram os hóspedes a permanecerem em locais seguros e evitarem o mar. Em Palau, na Micronésia, foi ordenado o esvaziamento completo das áreas costeiras.
O Chile começou a evacuar cidades por risco de tsunami na manhã desta quarta-feira (30). A expectativa é de que a Ilha de Páscoa seja o primeiro território chileno atingido, mas alerta está em vigor para quase toda a costa do país banhada pelo Pacífico.