SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um terremoto de magnitude 8,8 —o mais forte no mundo desde o de 2011, que causou o desastre nuclear de Fukushima— atingiu a península de Kamchatka, na Rússia, nesta quarta-feira (30), ainda noite de terça no Brasil, gerando um tsunami que atingiu o território russo e o Japão com ondas de 3 a 4 metros.

Pouco após o terremoto, autoridades russas informaram que, até às 22h30 (de Brasília), havia relatos de pessoas com ferimentos leves no leste do país, de acordo com a agência de notícias estatal do país. O governo do Japão e do estado americano do Havaí emitiram ordens de retirada para regiões costeiras. Ondas de até três metros podem atingir os locais.

O Sistema de Alerta de Tsunami dos EUA também emitiu alertas de “ondas perigosas de tsunami” ao longo de toda a costa oeste americana, além de Japão, Rússia, Alasca, Canadá, o estado do Havaí e o Equador. Um alerta também está em vigor para o território insular americano de Guam e outras ilhas da Micronésia.

O Serviço Geológico dos EUA (USGS) informou que o terremoto foi superficial, a uma profundidade de 19,3 km, com epicentro a cerca de 125 km a leste da cidade de Petropávlovsk-Kamtchatski. Anteriormente, o órgão havia publicado que o terremoto atingiu a magnitude 8,0 —o número foi revisado minutos depois.

Pouco mais de 30 minutos após o primeiro tremor, o serviço americano emitiu um alerta de outro terremoto de magnitude 6,9, a cerca de 48 km de distância do primeiro e a uma profundidade de 10 km.

Kamchatka e o extremo oriente da Rússia ficam no Círculo de Fogo do Pacífico, uma região geologicamente ativa que é propensa a grandes terremotos e erupções vulcânicas.

Imagens nas redes sociais mostram sirenes tocando em cidades japonesas, alertando os moradores sobre o tsunami, e o impacto do terremoto em Kamchatka. Alguns serviços de trem foram suspensos no Japão.

O tremor registrado nesta terça é o mais forte no mundo desde o ocorrido em 2011, quando um terremoto de magnitude 9,1 atingiu o arquipélago japonês e provocou um tsunami sobre três províncias: Iwate, Miyagi e Fukushima. Os fenômenos deixaram mais de 20 mil mortos e desaparecidos, além de ao menos 100 mil desabrigados.

À época, as ondas de até 45 metros inundaram a Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, onde três dos seis reatores nucleares derreteram após uma falha nos geradores de emergência e liberaram elementos radioativos no ar, na água e na terra. Tratou-se do mais grave acidente nuclear desde Tchernóbil, na Ucrânia, em 1986.

O governo local ordenou a retirada completa de moradores de cidades na região de Sakhalin, na Rússia. “O terremoto de hoje foi grave e o mais forte em décadas de tremores”, disse o governador de Kamchatka, Vladimir Solodov, em um vídeo publicado no aplicativo Telegram. Ele afirmou que, segundo informações preliminares, não houve feridos, mas um jardim de infância foi danificado.

O governador de Sakhalin, Valery Limarenko, afirmou que uma ordem de evacuação foi declarada para a pequena cidade de Severo-Kurilsk.