SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra, fez uma transmissão em seu Instagram na noite de segunda-feira (28) onde criticou a juíza que conduz, disse ser alvo de mentiras e afirmou que vai travar guerra após seu processo ser enviado para a Justiça Federal.

Segundo a influenciadora, após quatro pareceres do Ministério Público de Pernambuco e da Procuradoria Geral de Justiça pedir o arquivamento do processo contra ela, que apura suposto esquema e lavagem de dinheiro ligado a jogos de azar, a juíza responsável pelo caso decidiu remeter o processo à Justiça Federal.

“Vai fazer um ano que esse processo está indo de um lado para o outro. A procrastinação, o abuso de autoridade, a falta de prestação jurisdicional é tamanha. Me soltaram e me proibiram de falar que a minha prisão estava regada de abuso de autoridade e era uma prisão criminosa. Eu não menti. Eu fui presa 20 dias com a minha mãe por um completo abuso de autoridade, o que configura um crime”, afirmou na live.

Ela reclamou de a juíza se declarar incompetente.

“Hoje, após quase um ano, após quatro pareceres pedindo o arquivamento do processo, a juíza Andrea Calado, da 1ª instância do Estado de Pernambuco, fala ‘eu não tenho competência para esse processo’. Eu fui presa por uma juíza incompetente”, afirmou.

Ela acusou a juíza de abuso de autoridade.

“O que a juíza está fazendo comigo, com a minha família, não dá mais para tolerar. É de um modo tão covarde, de um modo tão abusivo, é regado de tantas mentiras. Estou falando de uma juíza completamente parcial, que faz as coisas milimetricamente calculadas para prejudicar. Deixa de responder pedidos, deixa de fazer o que a lei manda, uma completa distorção dos fatos”, declarou.

Deolane disse que foi usada para dar notoriedade ao processo. Ela afirmou que não houve crime, que sua única ligação com a Esportes da Sorte era de publicidade, e que sua mãe, Solange Bezerra, que também foi presa, nunca fez publicidade para a empresa de apostas.

A influenciadora disse que há coação no processo e que os bens de pessoas denunciadas na Operação Integration foram liberados e os dela, que ainda não é denunciada, seguem bloqueados.

“Eu quero saber do Tribunal de Justiça se vocês não vão parar essa juíza. Eu não aguento mais. A minha vida não foi feita para estar na mão de uma mulher, quem manda na minha vida é Deus. Ela sequer poderia mandar esse processo para a Justiça Federal. Quem tinha de pedir isso era a PGJ [Procuradoria Geral de Justiça], que não pediu. Pediu arquivamento. Ela sequer poderia fazer isso de ofício”, afirmou.

Deolane disse que não vai se calar diante da juíza porque não tem medo e não cometeu crime.

“Sabe quando você pensa que é Deus? A juíza Andrea Calado, ela não pensa, ela tem certeza. Eu vou travar [briga] com o judiciário, com a magistratura porque quem viu minha mãe chorando e vê até hoje sou eu. Todos os dias eu vou falar da Operação Integration aqui. Todos os dias eu vou falar do abuso de autoridade, dos crimes que vocês vêm cometendo. Vocês me prenderam porque mentiram, ludibriaram a Justiça”, afirmou em lágrimas.

Deolane ainda disse que teve a reputação e a saúde mental afetadas pela operação e que a mão também sofre os impactos das acusações.

Em nota, o Tribunal de Justiça de Pernambuco afirmou que decisão da 12ª Vara Criminal da Capital remeteu, na segunda (28), o processo sobre a plataforma Esportes da Sorte para a Justiça Federal de Pernambuco.

Segundo a nota, a juíza Andrea Calado da Cruz, magistrada titular da unidade, entendeu que a investigação conduzida pela Polícia Civil do Estado de Pernambuco trouxe elementos concretos que revelam indícios da prática de crimes de competência da Justiça Federal, com destaque para os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

“Tais indícios apontam para condutas com repercussão transnacional, crimes contra o sistema financeiro nacional e sonegação fiscal com potencial prejuízo à União. Por esse motivo, houve a declaração da incompetência da Justiça Estadual e foi determinada a remessa dos autos para a Justiça Federal”, afirmou a nota.