Da Redação

Jair Bolsonaro (PL) está prestes a retomar uma de suas marcas mais emblemáticas: as motociatas. O ex-presidente participará, nesta terça-feira (29), de uma nova edição do evento em Brasília, marcada para as 15h. Será a primeira aparição pública do tipo desde que passou a cumprir medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno.

A confirmação veio por meio das redes sociais do Partido Liberal e de aliados próximos, como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o goiano Gustavo Gayer (PL), que tem feito intensa mobilização digital para atrair apoiadores. Em um vídeo divulgado por Gayer, um avatar de Bolsonaro, gerado por inteligência artificial, anuncia a participação no ato. O parlamentar afirmou esperar um recorde de público: “Acredito que essa será a maior motociata da história do Brasil”.

Esses encontros sobre duas rodas se tornaram símbolo da era Bolsonaro. Reunindo motociclistas por todo o país, as motociatas funcionavam como demonstrações de apoio popular e estratégia de mobilização política — até mesmo durante a pandemia, quando o ex-presidente foi criticado por promover aglomerações.

Desta vez, no entanto, a dinâmica será diferente. Bolsonaro estará presente, mas sob condições determinadas pela Justiça. Segundo as regras fixadas pelo STF, ele deve permanecer em casa à noite, das 19h às 6h nos dias úteis, e em tempo integral nos fins de semana.

A volta do ex-presidente às motociatas ocorre em meio a um cerco judicial que inclui investigações por tentativa de golpe de Estado e falsificação de documentos. Em uma delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, revelou que o Gabinete de Segurança Institucional chegou a comprar motos oficiais para acompanhá-lo nesses eventos enquanto ele ainda era presidente.

Apesar da nova realidade, Bolsonaro tenta manter viva a conexão com sua base mais fiel — e as motociatas seguem sendo o combustível político de um movimento que ainda busca espaço nas ruas.