Da Redação
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal e atualmente fora do país, reapareceu nesta sexta-feira (26) em um vídeo publicado nas redes sociais. Gravada em local fechado na Itália, Zambelli declarou estar em busca de asilo e afirmou ser alvo de perseguição política no Brasil.
No vídeo, ela agradece o apoio do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que recentemente fez um apelo público à primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, e ao vice-premiê Matteo Salvini para que acolham a deputada. Flávio alega que Zambelli está sendo alvo de um julgamento injusto e já estaria “pré-condenada”.
Zambelli foi sentenciada a 10 anos de prisão pelo STF em maio, por falsidade ideológica e invasão de sistema informático, além de perder o mandato parlamentar. A decisão teve como base a participação da deputada na inserção de documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com auxílio do hacker Walter Delgatti Neto. Entre os arquivos forjados, havia um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, com a expressão “faça o L” — em referência à campanha do presidente Lula.
Delgatti também foi condenado e, junto com Zambelli, deverá pagar cerca de R$ 2 milhões em indenizações por danos materiais e morais coletivos.
Diante da fuga da parlamentar, o ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a inclusão de Zambelli na lista de difusão vermelha da Interpol, o que permite sua prisão em países que mantêm acordo de cooperação com o Brasil para fins de extradição.
Além do caso envolvendo os documentos falsos, a deputada ainda responde no STF por porte ilegal de arma e constrangimento com uso de arma de fogo. O processo diz respeito a um episódio em que Zambelli sacou uma arma e perseguiu um homem nas ruas de São Paulo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. O julgamento está suspenso após um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques, mas já conta com maioria formada pela condenação.
Mesmo sob condenação e na condição de foragida, Zambelli tenta se apresentar como vítima de perseguição e aposta no discurso de “exílio político” para tentar escapar da Justiça brasileira.