SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em queda, os roubos de celular no Brasil chegaram a 374,7 mil em 2024, concentrados principalmente nos dias úteis de segunda a sexta, a média diária é em torno de 15% dos casos, com queda no fim de semana.
Já os furtos de aparelhos têm lógica inversa, com alta de registros no sábado e no domingo. Os dados são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
O período com a maior frequência de roubos ocorreu das 18h às 23h, com 41% dos casos, com pico entre 19h e 20h. Oito de cada dez registros aconteceu em via pública, e o restante se divide em parcelas parecidas entre estabelecimentos financeiros, casas e transporte público.
Homens são vítimas mais frequentes nos casos de roubo, representando 59% do total. Já na distribuição de faixa etária, a mais frequente é a de jovens de 20 a 29 anos (28%), seguida pelo grupo de 30 a 39 anos.
Segundo o Anuário, os roubos de celular têm registrado queda em meio a uma mudança em dinâmicas dos crimes patrimoniais, que têm no estelionato o maior impulso, com mais de 2 milhões de ocorrências registradas no país em 2024. O número é o mais alto desde 2018, quando o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que organiza o estudo, começou a publicar esses dados.
Uma das razões possíveis para isso é a grande variedade de golpes que podem ser aplicados em meio digital. A outra, a atividade bancária majoritariamente online.
Já os furtos mostram uma dinâmica um pouco diferente. Os registros indicam que as pessoas relatam furtos com mais frequência aos sábados (18%) e aos domingos (16%).
O indicador também registrou queda, com 476,1 mil ocorrências de furto no ano passado, contra 514,1 mil registros em 2023. Segundo o Anuário, é possível que as policiais civis dos estados tenham passado a registrar casos nos quais o ladrão estava em uma moto ou bicicleta como furto em vez de roubo.
O furto tem a maior parte registrada em via pública (43,7%), seguidas por estabelecimentos comerciais ou financeiros (14,6%), residências (12,8%) e transporte público (11%). Uma parcela de 18% é classificada como “outros”.
A distribuição de ocorrências desse tipo de crime é mais homogênea ao longo do dia, embora a faixa das 18h às 23h concentre 29% dos casos. Não há uma diferenciação em relação a gênero e os grupos etários apresentam divisões mais distribuídas.
Jovens de 20 a 29 anos lideram, com 23,9% dos casos, seguidos pelo grupo de pessoas de 30 a 39 anos (22,4%). A faixa ainda se mantém na casa dos 13% para os grupos de 50 a 59 anos e de 60 anos ou mais.
No cálculo que soma os dois tipos de ocorrência 37,5% dos celulares levados são da marca Samsung, com Apple (24,3%), Motorola (22,7%) e Xiaomi (12,2%) entre as outras mais frequentes.
Considerando as taxas por 100 mil habitantes, os estados com mais roubos de celular são Amazonas (533,1), Amapá (345,5) e Rondônia (340,2). Já os furtos atingem mais as populações do Distrito Federal (477,3), do Amapá (363,8) e de São Paulo (331,3).
A média de recuperação de aparelhos varia entre os estados. O Piauí, por exemplo, recupera 1 de cada 2,7 aparelhos furtados ou roubados, enquanto em Pernambuco a taxa é de 4,7.
Na outra ponta estão Pará, com um celular recuperado a cada 65,3 casos de roubo ou furto, e Paraíba, onde esta proporção é de um para cada 31,9 roubos ou furtos. Vale ressaltar que nestes estados, os governos divulgam apenas os números de ocorrências, não de quantidade de aparelhos subtraídos. O pior com esse indicador é a Bahia, com uma recuperação a cada 30,4 roubos ou furtos.