SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Negra Li, 45, chega a um novo capítulo de sua carreira com a turnê O Silêncio Que Grita, que estreia neste sábado (26), em São Paulo. Mais do que subir ao palco, ela revela estar envolvida em todas as decisões criativas e estratégicas da turnê –algo que, segundo diz, é fruto de anos de aprendizado. “Hoje posso tomar decisões com mais clareza. Eu mereço isso, e meu público também.”

A cantora, compositora e retrato do rap feminino diz estar animada para apresentar a sua primeira turnê aos fãs. “Venho buscando isso a minha vida toda. Essa autonomia, essa liberdade”, afirma ao F5. A apresentação será na Casa Natura Musical.

Segundo a artista, o show vai propor uma imersão de temas como empoderamento, identidade, ancestralidade, amor próprio e superação. Com repertório de sua autoria, a artista promete misturar rap, R&B, pop e ritmos afro-brasileiros. Faixas como “Black Money” e “Fake”, além dos clássicos “Você Vai Estar na Minha”, “Não É Sério” e o tema da novela “Vai na Fé”, fazem parte do setlist da noite.

Negra Li afirma que suas canções não falam apenas para quem já se reconhece nelas -elas têm um objetivo claro. “Eu faço música para os pretos porque quero empoderá-los. E falo com os brancos porque quero informá-los, educá-los, mostrar como a gente pensa, quem a gente é, qual a nossa realidade.”

Ela também reconhece o papel social que carrega como artista negra e popular. “Me sinto preparada para estar nesse lugar e superar expectativas, sempre me mantendo atual e atuante.”

A cantora já recebeu diversas críticas por sair da cena tradicional do rap e circular pela televisão ou por outras linguagens da indústria. Mas nunca viu problema nisso. Pelo contrário. “Considero que fiz escolhas inteligentes. Quando me vejo como produto, penso: ‘Preciso divulgar esse produto em todas as vitrines para ele ser consumido’. Então o que eu puder fazer para espalhar minha mensagem, eu vou fazer.”

Se hoje vive um momento mais estável e com uma turnê pela frente, ela não deixa de reconhecer que a caminhada exigiu resiliência. “É uma ansiedade boa, sabe? Uma vontade de viver esse momento porque ele foi plantado com muito esforço.”