SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A família reconheceu como sendo de Nicolly Fernanda Pogere, 15, os restos mortais encontrados nesta quinta-feira (24) dentro de um saco às margens da lagoa do Jardim Amanda I, em Hortolândia (SP). A adolescente foi morta pelo namorado e teve o corpo esquartejado.
Partes do corpo de Nicolly foram encontradas nesta quinta por uma equipe da prefeitura de Hortolândia. Na ocasião, os servidores realizavam serviços para aparar a grama na região da lagoa, quando localizaram dois sacos plásticos com restos mortais da adolescente. As informações são da prefeitura e da Polícia Civil de São Paulo.
Restos mortais foram recolhidos e levados para perícia. Entretanto, os parentes da jovem fizeram o “reconhecimento preliminar informal” de que as partes pertencem ao corpo desmembrado de Nicolly.
Família reconheceu corpo como de Nicolly a partir de um tênis que ela usava quando desapareceu. Nas sacolas, estavam membros inferiores e superiores da adolescente, já em estado avançado de decomposição. O laudo do IML ainda não está pronto.
Polícia também encontrou material que teria sido usado no crime. Foram recolhidas duas facas de cozinha e uma marreta. Os objetos foram submetidos para análise pericial.
RELEMBRE O CASO
Nicolly foi assassinada no dia 12 de julho, mas o corpo dela só foi localizado na sexta-feira passada, dentro de uma lagoa. Os principais suspeitos do crime são um jovem de 17 anos, com quem a vítima namorava, e uma menina de 14 anos, que também se relacionava com ele.
Suspeitos mataram Nicolly com uma faca, aponta a investigação. O corpo da adolescente apresentava várias perfurações e foi esquartejado após o crime.
Depois de assassinar Nicolly, os dois usaram um carrinho de mão para transportar as partes do corpo da garota. Parte dos restos mortais da vítima foram encontrados enrolados em dois lençóis e em uma lona, parcialmente dentro da água. Para ajudar a ocultar o corpo de Nicolly, diz a polícia, os suspeitos também usaram pedras para manter o cadáver submerso na lagoa.
Vítima foi assassinada com “requintes de crueldade”, afirma a investigação. De acordo com a polícia, a jovem sofreu trauma cranioencefálico, múltiplas perfurações, além de ter os membros superiores e inferiores apartados do corpo.
Sigla do PCC (Primeiro Comando da Capital) estava escrita nas costas da Nicolly, mas a polícia descarta que ela tivesse associação com a facção. Para os investigadores, as iniciais da organização criminosa foram escritas nas costas da vítima em uma “tentativa deliberada de disfarçar a real motivação do crime”, que seria motivado por ciúmes. Após o crime, os adolescentes fugiram para Cornélio Procópio (PR), onde foram apreendidos na casa da avó do rapaz.
COMO TUDO OCORREU
Nicolly e o suspeito se conheciam desde a infância, mas se distanciaram quando a garota mudou com a família para morar em Mococa (SP). Ela e o suspeito mantiveram um relacionamento à distância e se encontraram recentemente, quando ela foi passar as férias na casa do avô em Hortolândia.
Jovem sumiu no dia 12 de julho, quando foi até a casa do namorado, segundo a família relatou à polícia. Nesse mesmo dia, os familiares chegaram a ligar para o jovem, mas ele disse não saber do paradeiro dela. Para a investigação, Nicolly foi assassinada no dia 12.
A polícia afirma que os dois suspeitos confessaram. O casal de adolescentes alegou que Nicolly teve uma crise de ciúmes ao vê-los juntos e tentou agredi-los com uma faca. Para se defender, eles alegaram que esfaquearam a garota, “sem a intenção” de assassiná-la. Entretanto, após verem que ela estava morta, “tiveram a ideia de esconder o corpo e, para isso, a esquartejaram”, disse o delegado José Regino Melo Lages Filho.
Suspeitos foram apreendidos e encaminhados à Fundação Casa Andorinhas, em Campinas (SP). Os dois vão responder por ato infracional análogo ao feminicídio. O velório de Nicolly ocorreu no domingo.
EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 -Central de Atendimento à Mulher- e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e através da página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.