RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os servidores da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pedem urgência do governo na escolha de um novo presidente da autarquia e defendem a nomeação de um funcionário da casa.

O último presidente, João Pedro Nascimento, renunciou na semana passada, dois anos antes do fim do seu mandato, alegando razões pessoais. Ele havia tomado posse em 2022, indicado pelo governo Jair Bolsonaro (PL).

Com sua saída, a CVM fica com duas das cinco diretorias vagas -uma delas já não tinha ocupante. Não há risco de atraso e votações por falta de quórum, já que o número mínimo de diretores é três.

A CVM é responsável pela regulação e fiscalização do mercado de capitais brasileiros. Além de elaborar as normas de funcionamento desse mercado, investiga e julga irregularidades cometidas por executivos ou empresas.

Como todas as autarquias ligadas à administração federal, vem sofrendo com cortes de verbas há anos. Nascimento conseguiu incluir a CVM no último concurso promovido pelo governo federal.

O SindCVM, que reúne os servidores da entidade, defendeu em carta ao governo que a nomeação de um novo presidente e o preenchimento da vaga aberta para diretor são de “imperativa urgência”.

Na carta, defende a nomeação de um servidor de carreira para a diretoria como fator crucial de equilíbrio e estabilidade regulatória. O sindicato sugeriu uma lista tríplice em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta (23).

A lista contém os nomes dos servidores Antonio Carlos Berwanger, Fernando Soares Vieira e Carlos Guilherme de Paula Aguiar, que teriam sido escolhidos pelos próprios servidores em consulta promovida pelo SindCVM.

Nascimento não especificou em sua carta de despedida as razões que o fizeram renunciar ao cargo. Limitou-se a descrever realizações de sua gestão, que lidou com casos polêmicos como a crise da Americanas e, mais recentemente, do Banco Master.

Seu substituto será indicado pelo Ministério da Fazenda, que ainda não divulgou nomes. A vaga está sendo ocupada interinamente pelo diretor Otto Lobo.