RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Desde às 9h desta sexta-feira (25), a rotina da Cinelândia, um dos locais mais movimentados do centro do Rio, não foi mesma. O vaivém dos trabalhadores e os gritos dos camelôs deram lugares a um silêncio respeitador à cerimônia.

“Preta Gil foi uma guerreira. Todo mundo acompanhou a sua luta. Ela merece todas as honrarias e homenagens”, disse a auxiliar de escritório Wanda Dantas, uma das primeiras da fila da despedida. “Cheguei às 6h. Não poderia deixar de ver a Pretinha pela última vez”, acrescentou.

Pretinha. Era assim que as pessoas se referiam à cantora. Alguns vestidos de branco -a família e amigos mais próximos também- outros com acessórios nas cores do arco-íris. “Pretinha era musa da comunidade LGBTQIAP+. Era amor, dignidade e orgulho. Estou muito triste. Era fã de ir a todos os shows. Perdi minha alegria” lamentou.

Assim como o filho, Fran Gil, artistas como Thiaguinho e a atriz Alice Wegmann se emocionaram bastante próximos ao caixão branco. Fãs também choraram ao ver a cantora pela última vez. “Triste demais. O que me conforta é saber que ela descansou”, reconheceu Paulo Henrique Antunes.

Moradora de Maceió (AL), Gilda Ferino segurou as lágrimas na saída do velório. “Estou com a minha mãe internada em um hospital e a fé da Preta Gil me impulsionava e ainda impulsiona a acreditar no impossível, né? Não a conhecia, mas admirava a força dessa mulher incrível. Superou o preconceito, a desconfiança e o abandono afetivo no momento mais crucial de sua vida. Uma guerreira”, finalizou.