Da Redação

Empresários americanos estão de olho em riquezas minerais brasileiras consideradas estratégicas, como lítio, nióbio e terras raras — essenciais para tecnologias de ponta, como baterias, chips e equipamentos militares. A tentativa de aproximação veio por meio do encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, Gabriel Escobar, que transmitiu o interesse de Washington em firmar acordos para aquisição desses recursos.

Escobar, que atua como principal representante dos EUA no Brasil devido à ausência de um embaixador oficial, se reuniu com o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann. Na conversa, os americanos ouviram um recado direto: a decisão sobre a liberação desses minerais cabe exclusivamente ao governo brasileiro, e não ao setor privado, uma vez que esses recursos pertencem à União.

“O interesse norte-americano nos minerais críticos foi deixado claro, mas ressaltamos que qualquer negociação depende da política do Estado brasileiro”, destacou Jungmann ao jornal O Globo.

Fontes ligadas ao governo afirmam que, apesar de as empresas privadas deterem concessões para explorar e vender os minérios, o atual contexto diplomático entre Brasil e Estados Unidos é delicado — o que impede qualquer acordo automático ou unilateral. Para que haja avanço nas negociações, interlocutores indicam que o Brasil espera contrapartidas claras por parte dos EUA.

Entre os 51 minerais estratégicos identificados como prioritários pelo governo americano, o Brasil se destaca por suas reservas de cobre, silício, lítio e terras raras — materiais considerados cada vez mais valiosos diante da corrida global por transição energética, inovação tecnológica e segurança industrial.

O impasse evidencia o peso geopolítico das reservas minerais brasileiras e o interesse crescente das grandes potências por recursos que podem definir os rumos da economia verde e da indústria de alta tecnologia nas próximas décadas.