Da Redação

Sem alarde, mas com grande impacto, o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) atualizou nesta semana sua política interna e passou a vetar a participação de mulheres trans em competições femininas. A mudança, que reflete a nova diretriz imposta pelo governo Trump, foi inserida em um anexo à chamada “Política de Segurança do Atleta” — um documento de 27 páginas publicado no site da instituição.

A medida segue uma ordem executiva assinada por Donald Trump em fevereiro, intitulada “Proibida a Entrada de Homens em Esportes Femininos”. A norma ameaça cortar verbas federais de qualquer organização esportiva que permita a participação de atletas trans em categorias femininas, reforçando um discurso adotado pelo ex-presidente desde a campanha.

Embora o texto da nova política não mencione diretamente o termo “transgênero”, o USOPC confirmou o alinhamento à ordem de Trump. Em carta assinada pela CEO Sarah Hirshland e pelo presidente Gene Sykes, a entidade afirmou ter a obrigação legal de seguir as diretrizes federais, e defendeu que as novas regras visam garantir “ambientes justos e seguros para a competição feminina”.

A mudança afeta diretamente cerca de 50 federações esportivas nacionais sob a supervisão do USOPC, que agora devem reformular suas políticas internas para se adequar às novas exigências. Modalidades como atletismo, natação, esgrima e diversas outras serão obrigadas a aplicar o veto. Clubes e instituições esportivas vinculadas a essas federações também deverão seguir o mesmo caminho para manter sua filiação e acesso a competições.

A primeira entidade a aderir formalmente à nova política foi a NCAA (National Collegiate Athletic Association), responsável pelos esportes universitários nos EUA. A organização anunciou sua conformidade com a ordem de Trump apenas um dia após a publicação oficial do decreto presidencial.

A decisão surge a menos de três anos dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028, e já provoca reações intensas em setores da sociedade civil e de defesa dos direitos LGBTQIA+. Grupos de ativistas denunciam a medida como discriminatória e alertam para os possíveis efeitos de exclusão e apagamento de atletas trans em todos os níveis do esporte. Enquanto isso, o debate sobre identidade de gênero e justiça esportiva continua em alta — agora com regras cada vez mais restritivas.