Da Redação
O suco de laranja brasileiro, líder absoluto no mercado mundial, pode ser drasticamente afetado por uma nova medida tarifária imposta pelos Estados Unidos. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) soou o alarme: uma tarifa de 50% sobre o produto brasileiro pode tornar inviável a exportação para o território norte-americano, afetando diretamente a balança comercial e a indústria nacional.
Em comunicado, a CNA afirmou que a nova taxa imposta pelo governo de Donald Trump “pode tornar a venda de sucos brasileiros aos EUA simplesmente impraticável”, com destaque para o suco de laranja — um dos carros-chefes do agronegócio brasileiro.
A preocupação tem fundamento. Apenas em 2024, o Brasil enviou mais de US$ 409 milhões em suco de laranja para os EUA, o equivalente a cerca de R$ 2,2 bilhões. Desse total, mais da metade corresponde a sucos concentrados, enquanto o restante se refere a sucos congelados. O impacto de uma tarifa tão alta pode cortar essas cifras quase pela metade, segundo estimativas da CNA, que prevê uma queda de até 48% nas exportações e prejuízos superiores a US$ 5,8 bilhões.
Além de abalar a economia brasileira, a medida já repercute nos próprios Estados Unidos. A empresa Johanna Foods, uma das maiores importadoras do suco brasileiro, entrou com uma ação na Justiça contra o governo americano, argumentando que a tarifa coloca em risco sua operação. Segundo a companhia, o custo de produção deve subir em US$ 68 milhões ao ano, o que deve refletir em um aumento de 15% a 20% no preço final do suco para o consumidor americano.
Na ação, enviada ao Tribunal de Comércio Internacional em Nova Iorque, a empresa ainda destaca que o Brasil fornece mais da metade do suco de laranja consumido nos EUA, e que a decisão de Trump representa uma ameaça existencial para o setor.
A medida acende um alerta para os impactos de tensões comerciais entre países, especialmente em setores estratégicos como o agronegócio. Se confirmada, a nova tarifa pode não apenas reconfigurar o mercado global de sucos, mas também atingir em cheio produtores e consumidores nos dois lados da balança.







