SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Universidade Columbia, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (23) ter firmado um acordo com o governo de Donald Trump para encerrar uma disputa sobre financiamento federal. O presidente havia suspendido subsídios sob o argumento de que a instituição tolerou atos antissemitas.

Como parte do entendimento, a universidade pagará uma multa de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,1 bilhão), ao longo de três anos, em troca da retomada de bilhões de dólares em repasses públicos.

O acordo ocorre após o governo federal acusar a universidade de não agir com firmeza suficiente para conter casos de assédio a estudantes judeus em seus campi. Em março, o governo Trump havia suspendido ou cancelado subsídios e contratos que somavam US$ 400 milhões em retaliação.

“Nos termos do acordo de hoje, a grande maioria das concessões federais que haviam sido encerradas ou suspensas em março será restabelecida, e o acesso da universidade a bilhões de dólares em subsídios atuais e futuros será restaurado”, afirmou Columbia em comunicado.

O Departamento de Educação dos EUA, responsável pela suspensão dos repasses, ainda não se pronunciou sobre o acordo.

A divulgação do entendimento acontece um dia após a universidade ter expulsado dezenas de alunos envolvidos em protestos pró-Palestina. Esses atos se intensificaram, no ano passado, em universidades de todo os EUA, impulsionados pela guerra entre Israel e Hamas e por denúncias de parcialidade no tratamento de manifestações no ambiente acadêmico.

A multa representa um dos maiores acordos financeiros já firmados entre o governo federal e uma universidade americana por questões relacionadas a discurso de ódio e conduta discriminatória. O caso de Columbia se tornou símbolo do embate entre liberdade de expressão, combate ao antissemitismo e ativismo político nos campi universitários do país.