SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O sobrenome na lista de inscritos do torneio M25 São Paulo chama a atenção. A nacionalidade, também. Pavlos Tsitsipas é o terceiro filho da família grega cujos integrantes possuem ligação direta com o tênis. Aos 19 anos, ele inicia a sua campanha no saibro brasileiro buscando seu primeiro título como profissional e encantado pelo bairro de Pinheiros.

GREGO IMPRESSIONADO EM SP

Pavlos estreia nesta quarta-feira (23) contra o brasileiro Matheus Cury Bueres. A partida contra o tenista de 22 anos, natural de Campinas, ocorre às 10h (de Brasília) na quadra 13.

O jovem grego está no Brasil pela primeira vez. Ele veio para o torneio após ter disputado o M25 Villavicencio, na Colômbia, onde seguiu até a segunda rodada. Chegou no domingo à noite e estenderá sua estadia conforme o decorrer de sua campanha. Depois, volta à Europa.

O terceiro dos irmãos Tsitsipas está hospedado nos arredores do Clube Pinheiros e se disse encantado com a região. O centenário clube paulistano, localizado em bairro que é um dos quatro mais caros do Brasil, sedia o evento que distribui premiação total de R$ 30 mil e 25 pontos para o campeão no ranking da ATP.

“Nesses poucos dias até agora, fiquei só por essa área. Então, por enquanto, o que mais me impressiona é o design dos prédios e a arquitetura. Para mim, é algo incrível, quase nunca vi algo assim antes. E tudo é muito organizado e moderno”, disse Tsitsipas à reportagem.

Ainda no início da carreira, Pavlos busca conquistar no Brasil o seu primeiro título como profissional. O grego de 1,96m passou a disputar torneios ITFs e Challengers mais assiduamente a partir de 2023, mas ainda não chegou em uma semifinal. Para quebrar o tabu, confia principalmente nas potências de seu saque e forehand.

“Espero dar o meu melhor essa semana. Até agora estou me sentindo bem com a bola e, se eu sacar e devolver bem, espero ir até o fim e talvez conquistar meu primeiro título aqui. Seria muito bom.”

O grego tem o irmão mais velho como espelho, mas sem a pressa por subir posições rapidamente como foi com Stefanos —ex-número 3 do mundo. O primogênito Tsitsipas teve uma ascensão meteórica e é o mais jovem da história a vencer os integrantes do ‘Big Three’ (Federer, Nadal e Djokovic), conquistando o feito aos 21 anos.

Aos 26 anos, Stefanos atualmente é o 29º do ranking e ganhou quase 35 milhões de dólares em premiações (cerca de R$ 194 milhões) na carreira. Já Pavlos está perto de entrar no top 1000 da ATP.

“Sobre pressão, meu irmão foi top 3 do mundo, ganhou muitos títulos importantes, mas isso não me impacta de forma negativa. Na verdade, me mostra que tudo é possível, que está no meu sangue. Isso me motiva ainda mais a criar meu próprio caminho, mesmo que não seja tão rápido quanto o dele. Mas espero um dia alcançar algumas das coisas que ele conquistou”, fala Tsitsipas.

“Eu diria que um boa meta até o fim de ano seria conquistar um título profissional, de qualquer nível, só para ter aquela sensação de vencer algo nesse nível em simples, porque em duplas eu já consegui. E talvez chegar ao top 500, seria um bom sinal do trabalho que fiz. Mas eu sei o quanto trabalho e o esforço que coloco todos os dias. Então, mesmo que isso não apareça para o mundo externo, se eu estiver feliz com o que faço, o ranking não importa”, complementou

“ESTÁ NO SANGUE”

Pavlos é mais uma atleta de uma família dedicada ao tênis. O pai, Apostolos, é treinador. A mãe, Julia, foi jogadora profissional. Os dois se conheceram durante um evento WTA na Grécia e deram origem a uma linhagem que compartilha a mesma paixão. O filho de maior destaque é Stefanos, seguido por Petros, de 24, mas que ainda não emplacou. Além deles, a jovem Elisavet, de 17 anos, também buscou seguir carreira na modalidade.

O esporte, no entanto, só é assunto nas reuniões de família quando o humor do primogênito deixa, brinca Pavlos. Stefanos é o melhor tenista da história da Grécia. Para o caçula dos homens, tudo no tênis é motivo de festa.

“Depende mais do humor do Stefanos (risos). Digamos que, se ele voltar de uma derrota ruim, ele prefere não falar de tênis. Mas eu, mesmo perdendo ou ganhando, estou sempre feliz em falar de tênis, porque tudo que posso aprender é algo positivo para mim. Então, eu diria que é meio a meio, mas falamos sobre tênis com bastante frequência”, afirma o jogador à reportagem.