Da Redação
Gilberto Ribeiro Gonçalves, de 51 anos, que dirigia o veículo que colidiu contra uma das entradas do Shopping Flamboyant, em Goiânia, na noite da última segunda-feira (21), deixou a prisão nesta terça (22) após passar por audiência de custódia. A Justiça decidiu pela liberdade provisória, mas impôs uma série de medidas cautelares.
De acordo com a decisão do juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara das Garantias, Gilberto não pagou fiança para ser solto. No entanto, teve a carteira de habilitação suspensa por, no mínimo, 120 dias — ou até que um laudo da Junta Médica do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) esclareça o que motivou a condução perigosa. A Justiça também determinou que ele inicie tratamento psiquiátrico o quanto antes, com possibilidade de internação compulsória, caso a equipe médica considere necessário.
Outras condições impostas ao motorista incluem a proibição de mudar de endereço sem informar a Justiça, a obrigação de comparecer a todas as etapas do processo e a exigência de não cometer novos delitos. Gilberto deve apresentar em até 10 dias um comprovante de que iniciou o acompanhamento médico.
A defesa do acusado alegou que o episódio foi consequência de um surto psicótico. A tese encontra respaldo nos indícios reunidos pela Polícia Civil, que investiga o caso. Para o magistrado, apesar da gravidade do ocorrido, não há, neste momento, elementos que justifiquem manter a prisão preventiva, especialmente diante do quadro clínico apresentado.
Família atribui episódio a transtorno mental
Em nota divulgada à imprensa, familiares de Gilberto lamentaram o ocorrido e pediram empatia. Segundo o comunicado, ele enfrenta transtornos psiquiátricos desde a adolescência e faz uso contínuo de medicamentos controlados. A família afirma que, embora tenha passado por crises ao longo da vida, Gilberto sempre foi considerado uma pessoa tranquila, sem histórico de violência ou envolvimento criminal.
Ainda de acordo com a nota, exames toxicológicos feitos após a prisão não apontaram uso de substâncias entorpecentes ou álcool. “Estamos lidando com uma situação de saúde mental. Gilberto precisa de cuidados, não de julgamento. O que ocorreu foi um episódio isolado, decorrente de uma condição clínica que exige acompanhamento constante”, diz o comunicado.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil. O laudo médico solicitado pela Justiça deve ajudar a esclarecer se o comportamento de Gilberto foi de fato motivado por um surto psicótico, o que pode influenciar diretamente no desfecho judicial do processo.