SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu na madrugada desta terça-feira (22) em São Paulo, aos 97 anos, Walter Ceneviva, advogado e professor que foi colunista da Folha de S.Paulo por três décadas.

Ceneviva estava internado havia mais de uma semana no hospital paulistano Sírio-Libanês. A família não revelou a causa da morte.

O velório é realizado desde as 10h desta terça-feira no Cemitério Gethsêmani, no bairro do Morumbi, na zona oeste da capital paulista. A previsão é que o enterro ocorra às 16h.

Especialista em direito civil, Ceneviva assinou até novembro de 2013 a coluna Letras Jurídicas, publicada no caderno Cotidiano da Folha de S.Paulo por quase 30 anos, onde discutia temas da área com cuidado técnico e em linguagem acessível.

Ceneviva foi professor de direito civil da PUC-SP e sócio emérito do Iasp (Instituto dos Advogados de São Paulo). É autor, entre outras obras, do livro “Lei dos Registros Públicos Comentada”.

“Sempre foi uma pessoa muito amorosa, muito diferenciada. Não era só a inteligência dele que era esplendorosa, mas a preocupação com as pessoas”, lembra a filha, Laura Ceneviva.

Ele gostava muito de música, diz ela, e contribuía com instituições paulistanas de cultura artística, como o Theatro Municipal.

Começou a vida profissional em 1947, como locutor de rádio, conforme narra em sua última coluna na Folha de S.Paulo.

“Imagine o leitor que escrevi, na antiga Gazeta Esportiva, a descrição do quinto gol do Brasil no campeonato mundial em 1958, na Suécia. Traduzi quadrinhos do Pato Donald, no início da editora Abril. Habituei-me à variedade até formar-me em direito, em 1954, no largo São Francisco.”

O advogado Luís Francisco Carvalho Filho, colunista do jornal, diz que Ceneviva foi brilhante, importante e eficiente. “Walter sempre se notabilizou pelo talento e pela elegância, como advogado e como jornalista.”

A AASP (Associação dos Advogados), da qual foi conselheiro e vice-presidente, lamentou a morte e expressou os sentimentos aos familiares, amigos e alunos do professor.

“Ceneviva defendeu a advocacia de forma firme e incansável, além de formar uma legião de excelentes profissionais do direito, foi exímio advogado e sempre fez prevalecer o direito e a Justiça. Assim, seguirá eternamente um exemplo para nossa classe e para a sociedade brasileira”, afirma a nota de pesar.