Da Redação

A cantora Preta Gil, que faleceu na noite do último domingo (20), será homenageada da forma que mais combinava com sua personalidade: cercada de música, festa e emoção. A família confirmou que o velório acontecerá nos próximos dias no Rio de Janeiro, seguindo o desejo da artista de ser velada no Theatro Municipal — um dos espaços culturais mais simbólicos da cidade.

Além disso, Preta expressou o desejo de que seu corpo fosse levado em cortejo por um trio elétrico, em clima de carnaval. A cantora era conhecida por sua alegria contagiante e por transformar suas apresentações em grandes celebrações. Fundadora do “Bloco da Preta”, um dos mais populares do Carnaval carioca, ela queria se despedir do público do mesmo jeito que viveu: com música e alma vibrante.

Ainda não há confirmação sobre a data exata do velório, nem se o corpo será enterrado ou cremado. A família está organizando o translado, e o corpo deve chegar ao Brasil a partir de quarta-feira (23).

Uma despedida depois de muita luta

Preta enfrentava um câncer no intestino desde janeiro de 2023. Após tratamento no Brasil, que incluiu quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia para remoção de tumores, a doença reapareceu em outras áreas do corpo. Em busca de novas possibilidades, a artista seguiu para os Estados Unidos, onde tentava um tratamento experimental.

Mesmo diante da dor, Preta escolheu ser pública em sua luta — dividiu medos, superações e esperanças com fãs e seguidores. Sua força inspirou milhares de pessoas, como ela mesma reconheceu ao receber o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo: “Dividir minhas vulnerabilidades foi minha escolha. Fiz isso com a cabeça erguida, como sempre foi desde o começo.”

Mais do que filha de Gil

Nascida em uma das famílias mais emblemáticas da música brasileira — filha de Gilberto Gil, sobrinha de Caetano Veloso e afilhada de Gal Costa —, Preta só iniciou a carreira musical aos 29 anos, depois de atuar como produtora e publicitária. Seu álbum de estreia, Prêt-à-Porter, causou impacto com a capa ousada e a canção “Sinais de Fogo”, escrita por Ana Carolina especialmente para ela.

Preta Gil deixa um legado de autenticidade, alegria e coragem. Sua despedida será à altura de sua história: com música, cores e o coração do Rio pulsando mais forte por ela.