Da Redação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou nesta segunda-feira (21) o bloqueio imediato dos bens e das contas bancárias do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A decisão amplia o cerco jurídico em torno do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é investigado por atuar internacionalmente contra o Estado brasileiro.

A medida impede Eduardo de movimentar qualquer quantia financeira, inclusive as doações em dinheiro enviadas por seu pai — que, segundo Jair Bolsonaro, já somam cerca de R$ 2 milhões, transferidos por meio de Pix para auxiliar na permanência do deputado nos Estados Unidos.

Desde março, Eduardo está fora do país após se licenciar do mandato, alegando ser alvo de perseguição política. A licença, porém, venceu neste domingo (20) e, mesmo com a pressão para que retorne ao Brasil, ele já declarou que não pretende renunciar. De acordo com as regras da Câmara dos Deputados, o não comparecimento pode levar à abertura de processo de cassação por ausência injustificada.

O bloqueio de bens ocorre no contexto das investigações sobre o chamado “núcleo internacional” da trama golpista. Eduardo é acusado de atuar junto ao governo de Donald Trump para provocar retaliações diplomáticas contra o Brasil, em uma tentativa de pressionar o Judiciário e desestabilizar a democracia. O mesmo inquérito levou, na última sexta-feira (18), à imposição de medidas restritivas contra Jair Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica e o toque de recolher noturno, entre outras sanções. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alegou risco de fuga do ex-presidente, que deve enfrentar julgamento no STF em setembro.

Durante uma participação em podcast, Eduardo confirmou que teve seus ativos bloqueados, mas minimizou a medida. “Não vão encontrar nada”, disse, em tom de desafio.

A decisão de Moraes representa mais uma etapa da resposta institucional ao esquema investigado como tentativa de golpe, ampliando a pressão sobre figuras-chave da antiga cúpula bolsonarista.