Da Redação

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), será oficialmente apresentado como pré-candidato à Presidência da República no próximo dia 16 de agosto, em evento marcado para São Paulo. O anúncio do partido Novo, feito nesta segunda-feira (21), marca o início de uma tentativa de ampliar a presença da direita no cenário eleitoral de 2026.

Zema já vinha se articulando nos bastidores e, na semana passada, teve uma conversa estratégica com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente inelegível. Segundo comunicado do Novo, o mineiro comunicou pessoalmente sua intenção de disputar o Planalto, o que foi bem recebido por Bolsonaro. “Mais nomes da direita fortalecem o campo conservador no primeiro turno”, teria dito o ex-presidente durante a conversa.

Apesar de não poder concorrer, Bolsonaro ainda exerce forte influência no espectro político à direita e seu apoio é disputado por diversos nomes. Além de Zema, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, também já declarou pretensão de entrar na disputa presidencial. Outros cotados como possíveis sucessores do capital político bolsonarista incluem o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Em entrevista recente ao Estadão/Broadcast, Zema fez questão de se distanciar de algumas atitudes da família Bolsonaro. Apontou diretamente Eduardo Bolsonaro como responsável por criar “um problema sério” ao negociar com Donald Trump uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos EUA. A crítica aconteceu no mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal e passou a usar tornozeleira eletrônica, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Zema também não poupou críticas ao Supremo Tribunal Federal. Chamou o tribunal de “submisso” ao governo federal, especialmente após a decisão da Corte que restabeleceu a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). O tom adotado reflete o desejo do governador de se posicionar como um nome combativo, alinhado ao sentimento de parte do eleitorado conservador que vê o Judiciário como um obstáculo político.

Com o lançamento da pré-candidatura, Zema se coloca oficialmente no tabuleiro de 2026 e aposta em sua gestão no segundo maior estado do país como trunfo para se consolidar como alternativa da nova direita — agora sem Bolsonaro na urna, mas com ele nos bastidores.