Da Redação
Um caso que chocou Goiânia e comoveu o país teve desfecho nesta semana. Eduarda Luiza Martins Mello foi condenada a 41 anos, 6 meses e 21 dias de prisão pela morte violenta do filho, Pedro Benjamin, de apenas 1 ano e 9 meses. A sentença foi proferida após mais de 13 horas de julgamento no Tribunal do Júri da capital goiana, realizado na última quinta-feira (17).
O crime aconteceu em dezembro de 2024, quando a criança deu entrada no Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC) em estado gravíssimo. Segundo os profissionais de saúde que o atenderam, Pedro apresentava parada cardiorrespiratória, inchaço no cérebro, laceração no fígado, lesões no pulmão, fraturas múltiplas e sinais evidentes de agressão. Mesmo com os esforços da equipe médica para reanimá-lo, o bebê morreu logo após chegar à unidade.
Diante do estado da criança, os próprios médicos acionaram a polícia. A investigação revelou que, dias antes de morrer, Pedro havia sido levado ao Instituto Médico-Legal (IML) com marcas de violência, mas acabou sendo devolvido à guarda dos pais após breve estadia com a avó paterna.
O julgamento apontou que Eduarda agiu com extrema crueldade e usou de meios que impossibilitaram qualquer chance de defesa do menino. Por se tratar de um crime cometido contra menor de 14 anos por sua própria mãe — configurando ascendente legal —, a pena recebeu agravantes.
A denúncia foi apresentada pelo promotor Diego Henrique Siqueira Ferreira contra Eduarda e também contra o pai da criança. Este último, no entanto, aguarda desdobramentos judiciais: apesar de também ter sido pronunciado, recorreu da decisão e o caso ainda será analisado pelo Tribunal de Justiça de Goiás.
A sentença proferida contra a mãe de Pedro representa, segundo o Ministério Público de Goiás, um marco importante para responsabilizar com o máximo rigor crimes violentos contra crianças, sobretudo quando praticados por quem deveria protegê-las.