Walison Veríssimo
O presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiocchi, avalia que a nova taxação imposta pelos Estados Unidos, especialmente sobre produtos como a soja brasileira, pode desencadear um impacto em cadeia na economia nacional e atingir diversos setores além do agronegócio. Segundo ele, a medida anunciada pelo governo de Donald Trump tende a gerar um “ciclo vicioso” que não poupará nenhum segmento.
“Ela tem um impacto muito grande na soja e isso pode provocar um ciclo vicioso, afetando os outros segmentos. Não tem ninguém que vai ficar isento”, afirmou Baiocchi, em declaração a coluna Giro, do Jornal O Popular, ao comentar o cenário de instabilidade gerado pelo anúncio das tarifas.
Apesar da preocupação, o dirigente acredita que há espaço para negociação e que a taxação de 50% tende a não se sustentar no longo prazo. Ele comparou a situação atual com a ofensiva comercial conduzida por Trump contra a China, durante seu mandato anterior, quando ele impôs barreiras tarifárias para, em seguida, negociar condições mais favoráveis.
“O Trump fez a mesma investida contra a China, elevou as tarifas e depois negociou. Imagino, em uma analogia, que vai haver uma negociação e vai voltar para a normalidade. Não acredito que vai prevalecer essa taxa de 50%”, completou.
A declaração de Baiocchi ocorre em meio à mobilização do governo de Goiás para enfrentar os impactos econômicos da medida. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) convocou uma reunião com empresários do setor produtivo para a próxima terça-feira (22), no Palácio das Esmeraldas, com o objetivo de discutir alternativas locais diante do cenário internacional.