SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A semana começa com todos os olhos no dólar o que pode acontecer com ele depois de Jair Bolsonaro ganhar uma tornozeleira eletrônica?
Também aqui: Xi Jinping pede atenção nos investimentos em IA e elétricos, a Uber não quer mais motoristas e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (21).
**PRATO DO DIA: DÓLAR NA PANELA DE PRESSÃO**
Se você tem alguma forma de conexão às redes de internet, televisão e rádio, deve saber que a Polícia Federal deflagrou uma operação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro na última sexta-feira (18) que culminou com o político usando uma tornozeleira eletrônica.
A situação complicou o xadrez dos investidores, que já não era simples. Será que Donald Trump que já havia citado motivos políticos para a aplicação de tarifas sobre as exportações brasileiras vai reagir à investida?
FUTUROLOGIA
De adivinhação, o mercado financeiro ainda não entende. Mas ele é especialista em projetar o que pode acontecer.
As atenções estão voltadas para o dólar, à medida que o “dia D” da imposição da tarifa de 50%, marcado para 1º de agosto, se aproxima. Aumentou a preocupação no governo e no Banco Central com o impacto no câmbio a curto prazo.
Uma autoridade econômica do governo admitiu à Folha, na condição de anonimato, que, se o tarifaço de Trump se confirmar, a cotação do dólar pode “avançar um pouco mais”.
Na avaliação de outro integrante da equipe de Lula, porém, deverá ser um ciclo curto de volatilidade com a tendência de a taxa de câmbio ficar ao redor do que está.
AMORTECIMENTO
O impacto possivelmente leve no câmbio se deve a mais motivos do que caberia explicar em uma newsletter. Contudo, dá para dizer que tem a ver com o enfraquecimento da divisa americana.
Neste ano, os recursos em dólar foram mais espalhados pelo mundo do que a média observada. O Brasil ganha com esse movimento uma parte dessa grana veio parar aqui.
Com o diferencial de juros que o Brasil oferece em relação a outros países, tem valido a pena investir no país.
Em resumo não vai ser fácil lidar com os impactos de uma sobretaxa imposta por uma economia do tamanho da americana. Mas não é o fim do mundo.
A maior parte das exportações brasileiras para os EUA são commodities, que podem ser redirecionadas para outros mercados consumidores.
A bolsa brasileira continua relativamente barata, o que pode atrair dinheiro para cá quando o horizonte estiver menos turvo.
**MUITA CALMA NESSA HORA**
Já teve a sensação de que a vida está boa demais para ser verdade? Aquela calmaria que antevê a tempestade.
Xi Jinping tenta ser cauteloso com os próximos passos da indústria da tecnologia, que está em um momento de efervescência na China. Na semana passada, o líder chinês emitiu um alerta contra o superinvestimento em inteligência artificial e veículos elétricos.
BRIGA DE GENTE GRANDE
A concorrência corporativa está crescentemente acirrada na China. No capitalismo chinês, o vencedor é aquele que tiver mais poder de barganha.
As fabricantes de veículos elétricos tornaram-se símbolo da competitividade no país. Elas lançam modelos cada vez mais baratos e com mais tecnologia agregada em uma agilidade que impressiona as empresas do outro lado do mundo.
A BYD, por exemplo, atraiu o descontentamento de pares ao cortar agressivamente os preços dos carros que fabrica.
A Geely e a GWM, outras montadoras de elétricos do país, foram a público queixar-se de práticas desleais de comércio por parte da adversária.
A briga está saindo do território chinês e chegando ao quintal. Nesta reportagem, você entende como esse modelo de negócio está começando a florescer no Brasil.
Governos locais em toda a China, incluindo regiões remotas como Xinjiang e Mongólia Interior, correram para construir data centers na tentativa de usufruir do boom da IA. Mas muitos desses projetos enfrentam falta de conhecimento técnico e desperdiçaram recursos caros e difíceis de obter, como chips.
QUEM AVISA, AMIGO É
É natural que as empresas de um país briguem entre si, mas quando a concorrência se torna acirrada demais, elas podem acabar afundando a economia nacional.
Economistas dizem que a China está passando pelo seu período mais longo de pressão deflacionária desde os anos 1990, com o deflator do PIB a medida mais ampla da inflação de bens e serviços caindo por nove trimestres consecutivos.
**JÁ CHAMOU O ROBÔ?**
Hoje, boa parte da sua vida depende de plataformas, não? Instagram para ver fotos, WhatsApp para falar com amigos e com a família, iFood para pedir comida, Moovit para checar onde está o ônibus. Há muitas empresas intermediando as atividades cotidianas.
E se, além de precisar de uma plataforma para ter um transporte conveniente, você precisasse também de um robô? Essa pode ser uma visão normal no futuro.
COMO ASSIM?
A Uber quer adquirir uma participação de US$ 300 milhões (R$ 1,6 bilhão) na fabricante de veículos elétricos Lucid, como parte de um acordo que permitirá à plataforma de transporte lançar sua primeira frota de robotáxis.
As empresas anunciaram que a Uber comprará pelo menos 20 mil veículos da Lucid e se tornará o segundo maior acionista do grupo, depois do Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita, o PIF.
O acordo prevê a entrega de versões personalizadas do SUV Gravity da Lucid, que utiliza tecnologia da startup de direção autônoma Nuro. Esses veículos serão implementados ao longo de um período de seis anos, começando em 2026.
A Uber também fará um investimento “significativo” palavras da empresa, não nossas na startup que desenvolve o software e ocupará um assento no conselho de administração.
QUANTO VAI CUSTAR?
se sabe. O valor do acordo não foi divulgado, mas é provável que esteja na casa de centenas de milhões de dólares. O aplicativo de transporte participou da última rodada de investimentos na startup, na qual ela foi avaliada em US$ 6 bilhões (R$ 33,6 bilhões).
INTERESSE ANTIGO
A Uber vem investindo na direção autônoma há algum tempo. Já injetou dinheiro na Waymo, da americana Alphabet, na chinesa Baidu, em companhias no Oriente Médio e em fabricantes tradicionais de automóveis como a Volkswagen.
**DE VOLTA ÀS CARTEIRAS ESCOLARES**
Para a alegria das mães Brasil afora, há muitos filhos querendo prestar concursos para vagas em entidades públicas. Você já sabe como funciona o CNU, o Concurso Nacional Unificado? Aí vão algumas informações importantes.
O QUE É?
Inspirado no modelo do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o CNU unifica diferentes seleções em uma só aplicação. Cada candidato escolhe seu bloco temático, que reúne órgãos e carreiras semelhantes, e concorre a todas as vagas compatíveis com seu perfil.
Entre os órgãos participantes estão o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e os Comandos da Marinha, Exército e Aeronáutica.
A prova aconteceu pela primeira vez no ano passado, quando 970 mil candidatos disputaram cerca de 6 mil vagas. Em 2025, serão 3.652 aberturas para 32 órgãos.
O bloco com mais posições abertas é o 5, da Administração, que abarca áreas como gestão pública, orçamento e recursos humanos.
Na outra ponta, o setor com menos vagas é o 2, de Cultura e Educação. Nele, há posições no ensino, patrimônio e políticas culturais.
E O SALÁRIO?
Em alguns blocos, como o 3 (Ciências, Dados e Tecnologia) e o 6 (Desenvolvimento Socioeconômico), a remuneração mensal pode chegar a R$ 16 mil a depender da hierarquia, da qualificação e de outros fatores previstos no edital.
De olho no calendário. As inscrições se encerraram neste domingo (20) e a prova objetiva acontece em todo o Brasil no dia 5 de outubro. Depois disso, os participantes aguardam a convocação para a prova discursiva, prevista para ser divulgada em 12 de novembro.
A primeira lista de classificação deve sair em 30 de janeiro do ano que vem.
Neste ano, o CNU terá mudanças na política de cotas, com aumento na reserva de vagas de 20% para 30%. A distribuição entres será de 25% para pretos e pardos, 3% para indígenas e 2% para quilombolas.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
No forno. A União Europeia está preparando um plano de retaliação às sobretaxas de Trump sobre o bloco econômico.
Chegando rápido. Na China, o trem que alcança 450 km/h começa a funcionar no ano que vem.
O que vem depois do Z? A Geração Alpha começa a chegar no mercado de trabalho.