Da Redação
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a se manifestar em defesa de Jair Bolsonaro (PL), desta vez por meio de uma carta divulgada nesta quinta-feira (17), onde critica duramente o sistema judicial brasileiro. No texto, publicado em sua plataforma Truth Social, Trump afirma que seu aliado estaria sendo vítima de um “tratamento terrível” e exige o fim imediato do julgamento contra o ex-presidente. “Você foi um líder forte e respeitado. Não me surpreende que esteja à frente nas pesquisas”, escreveu.
Apesar do apoio, os dados mais recentes apontam o contrário: segundo pesquisa Genial/Quaest, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria Bolsonaro num eventual segundo turno em 2026, com 43% contra 37%.
Trump também afirma que tem feito pressão internacional contra o governo brasileiro, ameaçando com sanções e tarifas. Ele critica o que chama de “regime de censura” e alega que opositores estariam sendo perseguidos. O movimento faz parte de uma ofensiva para tentar constranger o Supremo Tribunal Federal (STF), às vésperas do julgamento de Bolsonaro, previsto para ocorrer entre agosto e setembro.
A reação do governo brasileiro veio com força. Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais, acusou Trump de chantagear o país. “Ele quer que o Brasil abra mão da sua soberania e do seu sistema de Justiça em troca do fim de ameaças comerciais”, escreveu ela no X (antigo Twitter). Gleisi ainda afirmou que Bolsonaro está disposto a sacrificar o país para se proteger.
Nos bastidores, aliados de Trump e de Bolsonaro esperam medidas ainda mais drásticas. Há expectativa de que o republicano decrete sanções financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes, após o magistrado ordenar o bloqueio de uma conta na plataforma Rumble ligada ao comentarista Rodrigo Constantino.
Enquanto isso, Bolsonaro continua a enfrentar investigações graves: ele é réu no STF por liderar uma tentativa de golpe para anular as eleições de 2022. Após a derrota para Lula, incentivou protestos antidemocráticos, questionou a legitimidade do pleito e manteve interlocução com militares com o objetivo de subverter a ordem constitucional.
Com uma extensa ficha de declarações autoritárias e admiração declarada pela ditadura militar, Bolsonaro hoje está inelegível até 2030. Caso seja condenado por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e dano ao patrimônio público, pode pegar mais de 40 anos de prisão.