Walison Veríssimo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou nesta quinta-feira (17), em Goiânia, da abertura do 60º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Em discurso de cerca de 40 minutos, Lula abordou temas como a soberania nacional, a defesa da democracia, as tentativas de golpe em 8 de janeiro e a tensão diplomática com os Estados Unidos. Ele também destacou investimentos em educação e criticou o uso político de símbolos nacionais por adversários.
Confira os principais pontos do discurso:
1. Soberania nacional e defesa da democracia
Lula reafirmou que o Brasil não aceitará interferência externa em seus assuntos internos, em referência à pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Não aceitamos que ninguém de fora do Brasil se meta nos nossos problemas. Aqui quem decide somos nós, o povo brasileiro”, afirmou.
2. Críticas a Bolsonaro e julgamento dos golpistas
O presidente defendeu o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro e citou que generais estão presos porque “tentaram dar um golpe”.
“É a primeira vez que três generais de quatro estrelas estão presos. E não é à toa. Eles vão ser julgados com base nos autos do processo.”
Lula também criticou a postura de Bolsonaro com relação à bandeira nacional:
“A bandeira verde e amarela vai voltar a ser do povo brasileiro. O Bolsonaro se abraça na bandeira americana. Transfira seu título para lá e vá votar lá.”
3. Tributação de big techs e combate à desinformação
Lula anunciou que o governo vai cobrar impostos das grandes empresas digitais estrangeiras, em especial as americanas. Segundo ele, a medida faz parte do esforço por soberania e regulação do ambiente digital.
“Não vamos permitir que a liberdade de expressão seja usada para propagar ódio, mentiras e violência.”
4. Resposta a Donald Trump
Lula reagiu a uma carta enviada pela Casa Branca, em que o governo americano ameaça impor tarifas a produtos brasileiros caso Bolsonaro não seja libertado. Segundo o presidente, o Brasil quer negociar, mas com respeito.
“A carta não propõe diálogo. Ela impõe condições. E não é assim que se trata um país soberano.”
5. Investimentos em educação
Lula destacou que seu governo aumentou em 18% o orçamento do Ministério da Educação e retomou obras em universidades e institutos federais. O ministro Camilo Santana também anunciou que Lula sancionará projeto que destina recursos do Fundo Social do pré-sal para assistência estudantil.
“Quando eu terminar meu mandato, o Brasil terá 788 institutos federais espalhados pelo país.”