SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A prefeitura já instalou 35 das 70 câmeras previstas para a região do elevado João Goulart, o Minhocão, no centro de São Paulo. As demais devem estar em funcionamento até o fim do mês.

Em um trecho do local estão sendo construídos jardins de inverno. A previsão é que as obras sejam finalizadas na próxima segunda-feira (21). Já há câmeras instaladas onde os espaços já estão prontos

Os equipamentos, que fazem parte do Smart Sampa, programa de videomonitoramento da capital paulista, com reconhecimento facial, estão sendo instalados nos 3,5 km do elevado, entre a praça Roosevelt e o largo Padre Péricles.

Segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, a iniciativa tem como objetivo ampliar o monitoramento dos serviços de zeladoria e reforçar a segurança urbana na região.

O Minhocão é um um ponto de concentração de moradores em situação de rua com suas barracas, colchões e animais.

No viaduto que liga a rua Augusta ao elevado formam-se mini-cracolândias, onde homens e mulheres fumam crack a qualquer hora do dia. À noite, quando o tráfego é fechado para carros, a quantidade de pessoas cresce, assim como aos sábados e domingos.

No mês passado, a gestão Ricardo Nunes (MDB) começou a construir os jardins de chuva sob o elevado.

Na época, em agenda na China e no Japão, o prefeito enviou um vídeo de um viaduto em Tóquio com o canteiro central tomado por vegetação. “Nossa ideia é tornar espaços que estão feios em espaços bonitos”, disse.

Conforme a Secretaria Municipal das Subprefeituras, estão terminados os jardins de chuva no trecho entre as ruas Cunha Horta e Santa Isabel.

Atualmente, equipes trabalhavam na finalização dos canteiros no último quarteirão, entre as ruas Santa Isabel e Jaguaribe.

De acordo com a prefeitura, este quarteirão vai receber os jardins de chuva e um ponto livre para táxi, que pode ser utilizado por qualquer taxista da capital.

Os jardins de chuva foram incluídos no que a prefeitura chama de segunda fase de requalificação da rua Amaral Gurgel sob o elevado. Também estão previstos ponto de aluguel de bicicletas e trepadeiras nos pilares do Minhocão.

A prefeitura afirma que a cidade tem, atualmente, 420 jardins de chuva, com meta de chegar a mil unidades até 2028.

As estruturas são divididas em três camadas: um poço de infiltração de 1 m de profundidade, pedras, brita e solo e, na superfície, uma camada com flores. Os jardins contam com reservatórios subterrâneos para armazenar a água da chuva que serão integrados à rede de drenagem da Amaral Gurgel.

“A água que estiver descendo vai entrar para a captação do jardim de chuva, é uma solução baseada na natureza de microdrenagem, faz com que a água não acumule lá no fundo”, diz a prefeitura.

Nos locais são plantados com gramas preta e amendoim, vedélia, clusia e unha de gato-trepadeira.

No fim de abril, a prefeitura começou a instalar vagas de estacionamento para carros sob o viaduto, após anúncio do vice-prefeito, coronel Mello Araújo (PL), cujo objetivo anunciado era combater o acúmulo de lixo no canteiro da avenida. A proposta do vice, que já incluía uma previsão de bolsões para táxi, previa a criação de vagas de estacionamento em toda a área sob o Minhocão, mas o projeto, que recebeu críticas, não andou.

A Folha mostrou que uma oficina em frente às vagas usava a estrutura como pátio, e que o projeto havia resolvido um problema. Em seguida, a gestão Nunes afirmou que as vagas passariam a ser Zona Azul —quando há cobrança e limitação de tempo de uso.