Da Redação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou confiança de que poderá disputar as eleições novamente, apesar da inelegibilidade de oito anos imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023. Em entrevista ao site Poder360 nesta terça-feira (15), ele afirmou que pretende registrar sua candidatura e aposta que a composição atual do TSE, com dois ministros indicados por ele ao Supremo Tribunal Federal (STF), pode favorecer a reversão da decisão.
Bolsonaro destacou que o ministro Cássio Nunes Marques, nomeado por ele, assumirá a presidência do TSE, tendo como vice o também indicado André Mendonça. “Vou entrar com o pedido de candidatura e o TSE no momento certo vai decidir. Vai estar presidente o Cássio Nunes e o vice o André. O TSE decide”, declarou.
Críticas ao julgamento e ao STF
Questionado sobre o motivo de sua inelegibilidade, Bolsonaro minimizou os fundamentos da decisão. Segundo ele, foi punido injustamente por ter se reunido com embaixadores e participado de atos públicos. “Fiquei inelegível por me reunir com embaixadores e subir num carro de som com o Silas Malafaia. Isso não faz sentido. Não houve gasto público, e convocar embaixadores é prerrogativa do presidente da República, não do ministro Fachin”, criticou, referindo-se ao ministro do STF Edson Fachin.
A reunião mencionada ocorreu em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, e foi transmitida pela TV oficial do governo. Nela, Bolsonaro fez ataques diretos ao sistema eleitoral brasileiro e levantou suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas, o que motivou a condenação por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Eleições de 2026 no radar
Mesmo diante do impedimento legal atual, Bolsonaro articula politicamente com lideranças do campo conservador. Ele afirmou que tem conversado com potenciais candidatos para o próximo pleito presidencial, entre eles os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Ronaldo Caiado (Goiás) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul). Também defendeu que todos os partidos lancem nomes próprios no primeiro turno das eleições.
A sinalização de Bolsonaro em insistir na candidatura, mesmo diante da condenação, indica que o ex-presidente seguirá apostando no Judiciário e em sua base política como estratégia para tentar retornar à disputa eleitoral.