Da Redação
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (15) aplicar uma suspensão de três meses ao deputado André Janones (Avante-MG), após um episódio polêmico que envolveu ofensas ao deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e causou tumulto no plenário. A punição, aprovada por ampla maioria (16 votos a 3), ainda pode ser revertida em plenário, caso haja recurso.
A representação contra Janones foi motivada por declarações consideradas ofensivas, provocativas e com conteúdo homofóbico proferidas enquanto Nikolas discursava no plenário, no dia 9 de julho. O relator do caso, deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), argumentou que as falas de Janones ultrapassaram os limites do embate político e contribuíram para o acirramento de ânimos, exigindo intervenção da Polícia Legislativa para conter a confusão.
“O uso de termos homofóbicos como ferramenta de ataque político é grave e inadmissível. Isso alimenta o preconceito e desrespeita não apenas o adversário, mas toda uma parcela da população historicamente marginalizada”, destacou o relator.
Durante a sessão do Conselho, Janones alegou que sua manifestação não teve a intenção de interferir no discurso de Nikolas e que, na verdade, estava gravando vídeos para suas redes sociais sobre o tarifaço dos EUA contra produtos brasileiros — tema que também era abordado por Nikolas.
Janones denunciou ainda ter sido alvo de agressões físicas durante o tumulto e afirmou ter sofrido toques inapropriados na região íntima. “Levei chutes nas pernas, pela frente e por trás. Está tudo gravado”, relatou o deputado, alegando também não ter sido notificado com antecedência da reunião do Conselho, o que, segundo ele, comprometeu seu direito à defesa.
O presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet (União-SC), contestou a queixa do parlamentar e disse que o gabinete de Janones foi sim comunicado dentro do prazo legal.
Agora, cabe ao deputado decidir se levará a decisão ao Plenário da Câmara, onde os parlamentares poderão manter ou reverter a suspensão.