SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu em São Paulo três suspeitos de participar de uma organização criminosa especializada em praticar no estado estelionatos, adulteração de documentos e falsa identidade, em um golpe conhecido como falso advogado.
As prisões foram realizadas na manhã de terça-feira (15) por policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Patrimoniais Eletrônicos, na segunda fase da Operação Falso Patrono. A Polícia Civil de São Paulo e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) gaúcha apoiaram a ação.
Os policiais cumpriram também 17 ordens judiciais de busca e apreensão. Documentos e um carro foram apreendidos. Um dos presos é suspeito de liderar o grupo.
Os criminosos são acusados de acessar informações de processos judiciais, geralmente públicas, especialmente os que envolvem pagamentos de precatórios, requisições ou indenizações.
A partir das informações, eles entram em contato com as vítimas, se apresentam como advogados, representantes ou funcionários da Justiça, forjam documentos e afirmam que, para a liberação do dinheiro, é preciso fazer o pagamento antecipado de falsas custas processuais, impostos ou taxas cartorárias.
No golpe, os pagamentos são pedidos via Pix e vão para contas de “laranjas”, ou seja, pessoas que emprestam o nome, documentos e conta bancária para a fraude.
Segundo o diretor do Departamento Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos do Rio Grande do Sul, Eibert Moreira, o uso de ferramentas tecnológicas permitiu a identificação de 11 suspeitos, assim como as funções deles na organização criminosa.
“Eles se dividiram entre funções de tecnologia, logística, financeira, entre outras”, disse o policial.
Um dos presos, de 24 anos, morador de Guarulhos, era responsável por abordar as vítimas e criar meios para o golpe dar certo. Ele usava contas de familiares para receber dinheiro. O jovem tem antecedentes criminais por estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O grupo possui uma espécie de cartilha do crime documento com orientações sobre como as vítimas devem ser abordadas e que termos são indicados para convencê-las.
Alguns dos casos investigados foram denunciados pela OAB/RS. A entidade realiza campanhas educativas e emite alertas em redes sociais para combater o golpe.
Há também um protocolo de cooperação com a Polícia Civil, com o objetivo de facilitar a comunicação entre os advogados e os investigadores.
“A parceria com a Polícia Civil demonstra que podemos desmantelar organizações que atentam contra a credibilidade da nossa profissão e lesam diretamente os cidadãos”, afirmou o presidente da OAB/RS, Leonardo Lamachia.
A população é orientada a não fazer nenhuma transferência de dinheiro caso receba mensagens suspeitas ou tenha dúvidas sobre a autenticidade do contato.
Nesses casos, a dica é entrar em contato com a OAB pelo email [email protected].