SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Grande São Paulo tem pela primeira vez neste ano alerta vermelho de risco de incêndio. O aviso, emitido pela Defesa Civil paulista, é válido para esta quarta (16) e quinta-feira (17).

Mapas elaborados pelo órgão têm quatro estágios de risco de incêndio no estado: amarelo (baixo); laranja (alto); vermelho (alerta); e roxo (emergência).

Boa parte de São Paulo está na faixa vermelha nestes dois dias. O risco é baixo apenas em regiões próximas do litoral.

A confirmação do ineditismo na região metropolitana de São Paulo, para esse tipo de alerta em 2025, é da própria Defesa Civil.

“Tal condição se deve à previsão meteorológica para o dia 16 de julho, quando se espera uma redução significativa da umidade relativa do ar, acompanhada por leve elevação das temperaturas [a previsão de máxima nesta quarta é de 24°C], sensação de calor e abafamento, além de níveis mais elevados de poluição atmosférica”, afirma a Defesa Civil, ao ser questionada sobre o alerta.

“Esse conjunto de fatores, somado à ausência prolongada de precipitações [de chuva] na região, contribui diretamente para o aumento do risco de ocorrência de incêndios”, diz trecho da nota.

De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Prefeitura de São Paulo, a capital paulista registrou em julho, até esta terça-feira (15), apenas 1,2 mm de chuva, o que corresponde a aproximadamente 2,9% dos 41,7 mm esperados para o mês.

A umidade relativa do ar poderá cair para 20% nesta quarta, conforme aponta o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

A OMS (Organização Mundial de Saúde) estabelece que índices inferiores a 60% não são adequados para a saúde humana. Por isso, a indicação é que as pessoas reforcem a ingestão de água e evitem exposição ao sol entre 11h e 16h.

Segundo a Defesa Civil, a tendência é que esse risco permaneça elevado até o sábado (19), quando a aproximação de uma frente fria poderá elevar a quantidade de umidade na atmosfera.

“No entanto, por se tratar de um sistema afastado do continente, essa frente fria não deverá ter intensidade suficiente para provocar chuvas significativas na região, atuando apenas de forma limitada sobre as condições de tempo”, afirma.

Apesar da falta de chuva e da previsão de níveis mais elevados de poluição atmosférica, a qualidade do ar oscilava entre moderada e boa no início da noite desta terça-feira na Grande São Paulo, segundo medição da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado).

O alerta contrasta com o mês passado. Como mostrou a Folha, o estado de São Paulo registrou o menor número de focos de incêndio em junho desde o início da série histórica, em 1998.

Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no mês passado foram 55 focos de queimadas –até então, a menor marca era a de 2021, com 63 queimadas.

Na comparação com 2024, quando foram registrados 532 focos em São Paulo no mês de junho, a redução foi de 90%.

O mês de junho com o maior número de queimadas foi o de 2003, com 757 focos detectados por satélite, diz o Inpe.

Clima chuvoso, maior umidade relativa do ar e ações de fortalecimento são apontados pela Defesa Civil paulista como responsáveis pela queda no mês passado.

Na cidade de São Paulo, de acordo com o CGE, em junho foram 14 dias com registro de chuva.