SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo abriu procedimento para apurar e identificar a conduta dos policiais envolvidos na morte do jovem Igor Oliveira em Paraisópolis.
Ouvidoria cobra informações sobre as COPs (câmeras utilizadas pelos PMs) e questionam a atuação dos agentes. A investigação do procedimento foi aberta nesta terça-feira (15) e a Corregedoria da Polícia Militar foi oficiada após repercussão das imagens da câmera corporal que flagrou o momento exato que o agente atira no homem já rendido.
Instituição questiona procedimento dos agentes, que tentaram desvirtuar as imagens das câmeras corporais. Imagens divulgadas nesta segunda-feira (14) mostram o momento que policiais atiram contra Igor Oliveira, 24, mesmo ele estando rendido e desarmado.
Agentes chamaram a atenção um dos outros sobre as imagens logo após os disparos. Com o jovem baleado, os PMs chamam a atenção para as COPs ligadas dando a entender que não sabiam que o equipamento estava em funcionamento. Um dos homens chega a virar a lente da câmera para a parede, para impedir o registro da ocorrência.
A ação foi considerada irregular pela própria polícia e dois agentes foram presos. Imagens de uma câmera corporal de um dos agentes, obtidas pelo colunista do UOL, Josmar Jozino, mostram que Igor estava agachado com os braços erguidos quando foi atingido por tiros. Na sequência, após ser ordenado que levantasse, é alvo de mais disparos.
As imagens mostram que ao menos quatro agentes da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas) revistavam casas. No registro da ocorrência, os agentes haviam dito que atiraram após notarem que a vítima estava armada e omitiram o fato do homem ter se rendido.
Oficiada, a Corregedoria vai tocar investigação para apurar detalhes da operação que terminou na morte. Em nota, a Ouvidoria disse que “as COPs, assim como o uso de armamentos de menor poder letal neste tipo de abordagem, salvam vidas e preservam o trabalho dos bons policiais. As COPs operam em favor da vida, mas precisam funcionar dentro dos padrões estabelecidos. Sem isso, a legalidade continuará perdendo terreno para a letalidade”.
Caso é investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Segundo a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), as imagens estão sendo analisadas pela polícia. Até o momento, dois agentes estão presos pela morte. Outros dois foram indiciados por darem versões conflitantes das câmeras sobre os fatos.