Da Redação
Neste Dia do Homem urologista explica os mitos mais famosos sobre o procedimento masculino
O Ministério da Saúde calcula um aumento de 40% nas cirurgias de vasectomia no Brasil em dois anos. Em 2022 foram 67 mil procedimentos entre homens com 21 e 30 anos, em 2024 subiu para 95 mil, aumento de 40%. O crescimento pode ser explicado em parte pela mudança na lei, que reduziu de 25 para 21 anos a idade mínima para os homens fazerem o procedimento. Quem tiver menos e quiser fazer precisa ter ao menos dois filhos vivos. Além disso, não é mais necessária a autorização da parceira.
Neste Dia do Homem, celebrado em 15 de julho, o urologista Pedro Henrique Moreira, que atende no centro clínico do Órion Complex, explica sobre essa operação. “A vasectomia nada mais é que uma cirurgia esterilizadora masculina, onde homens têm desejo de não ter mais filhos. É uma cirurgia que dura por mais ou menos de 20 a 30 minutos, com anestesia local e de sedação. Depois de três dias se pode voltar às atividades habituais e depois de cinco dias voltar a fazer atividade física”, detalha.
Segundo o especialista, o resultado do procedimento não é imediato. “A gente tem que esperar em torno de 45 a 90 dias após a cirurgia e para pedir o exame de espermograma para ver se realmente não existe nenhum espermograma no paciente. Durante esse período é ideal que se utilize outros métodos contraceptivos para evitar a gravidez”, pontua.
Desvendando mitos
Pedro Henrique Moreira desvenda alguns mitos em torno da vasectomia, confira:
- A vasectomia pode causar impotência sexual?
Mito: “A inervação da ereção não tem relação com a bolsa testicular. Quem faz a vasectomia não vai ter problema de ereção”, ressalta o urologista. - Quem faz a vasectomia não irá mais ejacular?
Mito: “85% das ejaculações do sêmen são provenientes da próstata e da vesícula seminal. Somente de 10% a 15% são provenientes do espermatozoide. Então a produção vai diminuir um pouquinho, porém, você não vai deixar de ejacular”, destaca. - A vasectomia engorda?
Mito: “As pessoas têm essa analogia porque muitas vezes em animais, quando castram, eles engordam. O objetivo de castrar um animal é a retirada do testículo. A gente não vai retirar o testículo do homem, vai retirar apenas um pedacinho do ducto deferente e obstruir o fluxo de espermatozóides para evitar a gravidez”, explica. - A vasectomia é 100% eficaz?
Parcialmente verdade: “Sempre costumo dizer que na medicina nada é 100% eficaz. Porém, 99,8% a gente tem uma eficácia relacionada à vasectomia. Uma coisa muito importante é que após o procedimento oriento os pacientes a terem 40 ejaculações usando preservativo até repetir o exame de espermograma, porque muitas vezes pode ficar algum espermatozóide”, ressalta o médico. - É possível reverter a vasectomia?
Verdade: “A gente pode fazer uma regressão microcirúrgica através de uma lupa de alta magnificação, através de uma utilização de microscópios, onde a gente vai recanalizar esse ducto deferente, tanto do lado esquerdo quanto do lado direito e constituir um fluxo de espermatozóides para que eles possam voltar a sair pela uretra e, consequentemente, conseguir ter uma gravidez”, afirma Pedro Henrique.