PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – Novo levantamento do Pew Research Center, instituto sediado em Washington, nos Estados Unidos, mostra que uma média de 41% dos entrevistados em 25 países veem a China como a maior potência econômica atual, contra 39% que avaliam ser os EUA. Há dois anos, os EUA lideravam com 41%, contra 33% da China.
O estudo abrange, entre outros países, Brasil, EUA, África do Sul, Índia, Indonésia, Austrália, Japão e nove europeus, como Alemanha, França e Reino Unido, mas não a própria China ou a Rússia.
Foram ouvidos 31.938 adultos entre janeiro e abril deste ano, consultados com a pergunta: “Hoje, qual dos seguintes você acha que é a principal potência econômica do mundo: EUA, China, Japão ou os países da União Europeia?”.
No Brasil, os EUA ainda lideram, com 40% (queda de dois pontos em relação a 2023) contra 36% da China (aumento de seis pontos). Em países como Alemanha, Indonésia e México, a China ultrapassou os EUA e agora é considerada a maior potência.
Apesar disso, com exceções como Indonésia, Austrália e México, na maioria dos países os entrevistados disseram ser “mais importante” ter relações econômicas com os EUA do que com a China. No caso do Brasil, é como pensam 51% dos entrevistados, contra 36% que apontaram a China.
Segundo o relatório, “parte desse movimento pode estar relacionado à confiança ou falta de confiança em Donald Trump para lidar com problemas econômicos globais”. Na maioria dos países pesquisados, as pessoas que têm menos confiança no presidente americano nesse ponto “são mais propensas a priorizar vínculos econômicos fortes com a China”.
O levantamento perguntou em nove países se os entrevistados veem mais favoravelmente os investimentos americanos ou chineses. Na Índia, a maioria optou pelos EUA (59% a 33%). No Brasil, 58% foram favoráveis à China, 54%, aos EUA.
Por outro lado, 60% dos entrevistados no Brasil disseram que a dívida do país com a China é um “problema muito sério”.
De maneira geral, na média dos 25 países, a visão sobre a China melhorou, mas segue negativa. Questionados se têm opinião favorável ou desfavorável, 36% disseram favorável (31%, um ano atrás) e 54%, desfavorável (61%, um ano atrás).
O Brasil vai na direção oposta: 51% têm opinião favorável da China, contra 40% desfavorável. Os outros dois latino-americanos, México e Argentina, apresentam visão também majoritariamente positiva sobre a China.
Como ressalta o estudo, ao serem questionados sobre qual nação representa “a maior ameaça”, os entrevistados dos países de renda média não apontaram a China. “Já os EUA são a ameaça mais frequentemente mencionada na Argentina, Brasil, Indonésia, México e África do Sul, às vezes por uma margem considerável”, diz o texto.
No caso do Brasil, 29% disseram que os EUA são a maior ameaça ao país, 15% citaram a China e 12% a Rússia.