BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) afirmou nesta terça-feira (15) que Jair Bolsonaro (PL) está comandando uma conspiração contra o Brasil por meio das articulações feitas por ele e sua família em torno da sobretaxa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Para ela, a movimentação do ex-presidente tem relação com o medo de ser condenado à prisão. Ela disse isso após a PGR (Procuradoria-Geral da União), em suas alegações finais ao STF (Supremo Tribunal Federal), ter reiterado o pedido pela condenação de Bolsonaro.
“É o medo da condenação por seus crimes que explica a conspiração contra o Brasil que ele comanda hoje, articulando sanções do governo dos EUA para coagir o STF, à custa da economia e dos empregos em nosso país”, escreveu a coordenadora política do governo em sua conta no X (antigo Twitter).
“Ele sabe que, no curso do devido processo legal, é praticamente inevitável sua condenação por cinco crimes contra a democracia e o estado de direito, conforme indicou a PGR. Com base em provas, farta documentação produzida pelos próprios golpistas, testemunhos e perícias, as alegações finais desmontam as falácias da defesa e apontam diretamente para o comandante do golpe”, disse ainda.
Além de Bolsonaro, a PGR pediu a condenação de outros sete réus do núcleo central da trama golpista. O posicionamento está nas alegações finais da acusação no processo, entregue por Paulo Gonet ao ministro Alexandre de Moraes.
“A ação penal no STF caminha para o julgamento, numa firme demonstração de que o Brasil repudia golpes contra o regime democrático, que tanto custou construir. E repudia igualmente, chantagens e ameaças contra a soberania do país e das nossas instituições, venham de onde vierem, sob qualquer forma ou pretexto”, completa Gleisi.
A expectativa no Supremo é que o processo sobre a tentativa de golpe de Estado esteja pronto para ir a julgamento no início de setembro.
O ex-presidente já foi condenado pelo TSE por ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral e é réu no STF sob a acusação de ter liderado a trama golpista de 2022. Hoje está inelegível ao menos até 2030.
Caso seja condenado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado, a pena pode passar de 40 anos de prisão.