Da Redação
A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta terça-feira (15) para desmantelar uma organização criminosa suspeita de aliciar mulheres brasileiras para exploração sexual no exterior. O grupo, que tinha base no Distrito Federal e em São Paulo, atraía vítimas com perfis de modelos, oferecendo falsas oportunidades de trabalho internacional com alto rendimento, passagens e hospedagens pagas.
Na ação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e uma pessoa foi presa preventivamente. Além disso, a Justiça determinou o bloqueio e o sequestro de R$ 6,6 milhões em bens e valores ligados aos suspeitos. Quatro passaportes foram apreendidos, e os investigados estão proibidos de sair do Brasil enquanto as investigações seguem em andamento.
Segundo a PF, o esquema funcionava a partir de contatos feitos pelas redes sociais. Mulheres eram abordadas com promessas de carreira internacional, mas ao chegarem à Europa, eram forçadas à prostituição sob condições abusivas. As vítimas relataram longas jornadas de trabalho, retenção de documentos, ameaças constantes e agressões físicas e psicológicas, além da exploração financeira.
A investigação começou em maio de 2024, após uma das vítimas conseguir retornar ao Brasil e denunciar os abusos. A partir do seu relato, a PF desvendou o funcionamento da rede, que incluía aliciadores no DF responsáveis por recrutar e preparar as mulheres antes da viagem, além de coordenar a exploração já em território europeu.
Os acusados poderão responder por tráfico internacional de pessoas e associação criminosa. Como os nomes dos envolvidos não foram divulgados, o Jornal não conseguiu contato com as defesas. A investigação segue aberta, com foco em identificar todos os membros do grupo e possíveis cúmplices.