Da Redação
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta segunda-feira (14) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete antigos membros de seu governo por participação em uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022. O documento com as alegações finais foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, Bolsonaro foi o principal articulador de um plano que misturava desinformação, uso indevido de instituições públicas e tentativas de cooptação de militares para deslegitimar as eleições e manter-se no poder à força. A acusação aponta que o grupo operava como uma organização criminosa dentro da estrutura do Estado.
Entre os alvos do pedido de condenação estão nomes de alto escalão da antiga gestão, como os ex-ministros Augusto Heleno, Anderson Torres, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira e Alexandre Ramagem; além do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.
As provas citadas pela PGR incluem documentos, interceptações, depoimentos e a chamada “minuta do golpe” — um esboço de decreto para intervir no processo eleitoral. O texto aponta que a trama só não foi concretizada por falta de adesão do Alto Comando do Exército, que resistiu às investidas de Bolsonaro.
Gonet também recomendou ao STF que reavalie os benefícios da delação premiada de Mauro Cid, por considerar que os relatos prestados até agora são vagos e incompletos.
Com esse posicionamento, a PGR reafirma o entendimento de que o ex-presidente tentou romper com a ordem democrática ao mobilizar parte do Estado para um projeto autoritário. Agora, caberá ao Supremo decidir os próximos passos do processo.