PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – A economia da China cresceu 5,2% no segundo trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado e superou ligeiramente as projeções feitas por levantamentos com agentes do mercado financeiro. A consultoria chinesa Wind apontava expectativa de 5,17%, e a agência de notícias Reuters, 5,1%.

O crescimento é efeito sobretudo da produção industrial, que saltou 6,8%, ano a ano. Já as vendas no varejo, que refletem o consumo interno, cresceram 4,8%, puxando o resultado geral para baixo.

O Escritório Nacional de Estatística, que divulgou o relatório em entrevista coletiva, avaliou que o crescimento “demonstrando forte resiliência e vitalidade” se deve às políticas de estímulo adotadas por Pequim desde o final do ano passado –com efeito ao longo do primeiro semestre e avançando, segundo o órgão, também pelo próximo.

“No entanto, há muitos fatores instáveis e incertos no ambiente internacional, a demanda interna é insuficiente e a base para a recuperação e o crescimento precisa ser ainda mais consolidada”, acrescentou o vice-diretor do órgão, Sheng Laiyun, em referência indireta à guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No dia anterior, a Administração Geral de Alfândegas havia divulgado que as exportações chinesas subiram 5,8% em junho, em relação ao mesmo mês do ano anterior, também superando projeções. As vendas para os países do Sudeste Asiático saltaram 17%. Para os EUA, caíram 16,1%.

Analistas de instituições ocidentais como o banco JP Morgan creditam o aumento do PIB no segundo trimestre em parte ao desempenho das exportações chinesas em junho, mas Sheng sublinhou na entrevista os indícios de que a economia está menos dependente das vendas externas.

Por exemplo, segundo o relatório do escritório de estatística desta terça, os gastos dos consumidores chineses responderam por 52% do crescimento na primeira metade do ano, enquanto as exportações responderam por 31,2%.

Citando que a média anualizada no primeiro semestre atingiu 5,3% de crescimento, Sheng avaliou que foram estabelecidas “as bases para alcançar a meta de crescimento anual” de cerca de 5%.