SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A General Motors aproveitou o embalo de seu centenário no Brasil para contornar a principal queixa de seus concessionários: a falta de novidades com preços mais atraentes. De uma só vez, a montadora anunciou cinco lançamentos para o mercado nacional.

O mais esperado era o Onix, que recebeu mudanças na parte frontal e na cabine. A geração atual do modelo foi lançada em dezembro de 2019, poucos meses antes de os primeiros casos de Covid-19 serem diagnosticados no Brasil.

Devido à pandemia, os primeiros anos foram difíceis, com problemas para manter a produção. O resultado foi a demora para atualizar o carro, que chega agora com um novo para-choque frontal. O redesenho aumentou a distância do carro em relação ao solo, para reduzir o risco de a frente raspar em buracos e valetas.

Os faróis também mudaram, enquanto as lanternas traseiras receberam lentes transparentes. Por dentro, as novas telas para o quadro de instrumentos e a central multimídia seguem o padrão já adotado na minivan Spin.

A GM afirma ter trocado o fornecedor da correia dentada banhada a óleo. A peça foi projetada para durar mais de 200 mil quilômetros, mas, de acordo com a montadora, é necessário respeitar os prazos de troca do lubrificante, que precisa atender às especificações da empresa.

O novo componente não altera as recomendações, mas, ainda segundo a fabricante, há maior resistência para o caso de o proprietário não seguir o plano de manutenção à risca.

Os preços foram mantidos e partem de R$ 102.990 na versão hatch equipada com motor 1.0 flex (85 cv). A lista de itens de série inclui ar-condicionado, direção com assistência elétrica, chave presencial e comandos elétricos para acionamento das janelas, das travas das portas e dos retrovisores.

As opções mais caras trazem motor 1.0 turbo flex (121 cv), câmbio automático, rodas de liga leve e faróis com LEDs para os fachos alto e baixo, entre outros itens. A versão RS, topo da linha, custa R$ 130.190.

O Onix Plus, que tem carroceria sedã, recebe os mesmos pacotes de equipamentos e motores. Seus preços vão de R$ 106.790 a R$ 136.490. Embora se enquadre nos benefícios tributários do programa Carro Sustentável, a GM não divulgou mudanças nos valores da sua linha de compactos.

Os preços do novo Tracker também foram mantidos e partem de R$ 119.990 em versão equipada com motor 1.0 turbo flex e câmbio automático.

A opção mais cara é a RS 1.2 turbo flex (141 cv), anunciada por R$ 190.590. A lista de itens de série traz teto solar panorâmico e bancos com forração que imita couro.

Há outras três versões disponíveis, sendo a LT 1.0 turbo (R$ 154.090) a possível líder de vendas. Seu posicionamento de preço está próximo do pedido por outro lançamento da linha 2026, o SUV elétrico Chevrolet Spark (R$ 159.990).

Importado da China, o modelo mostra o problema de competitividade da indústria nacional diante dos novos concorrentes. Segundo Santiago Chamorro, presidente da General Motors na América do Sul, o modelo a bateria é mais rentável que o Tracker produzido em São Caetano do Sul (ABC).

Vale ressaltar que o Spark chega ao mercado recolhendo 25% de Imposto de Importação, tarifa que começou a vigorar neste mês de julho.

Pelo peço sugerido, seus concorrentes diretos são os conterrâneos GWM Ora 03 Skin (R$ 169 mil) e BYD Dolphin GS (R$ 149.990), mas com a vantagem do porte. Enquanto o modelo da Chevrolet é um típico utilitário esportivo, seus rivais são hatches.

A origem do Spark está na marca chinesa Wuling, que é subsidiária da GM. A empresa também é responsável pela produção do novo Captiva, que se chama Starlight S no seu mercado de origem.

Com estreia prevista para novembro, o SUV elétrico de porte médio fecha a sucessão de lançamentos da montadora no ano de seu centenário no Brasil. Em 2026, a grande novidade será um novo utilitário compacto que está em desenvolvimento, cujos principais concorrentes serão o Volkswagen Tera, o Fiat Pulse e o Renault Kardian.